RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) lançará na sexta-feira nova chamada pública para a aquisição de 300 mil metros cúbicos (m³) de gás natural por dia para atendimento ao mercado cativo a partir de 2024, de forma a complementar os contratos existentes, informou a empresa à Reuters.
A chamada também visará a contratação de até 50 mil m³/dia para o fornecimento de gás canalizado para a região norte do Paraná e de volumes na modalidade interruptível para composição do seu portfólio de suprimento.
Em nota, o CEO da Compagas, Rafael Lamastra Jr, afirmou que a chamada pública está alinhada ao novo contrato de concessão da companhia firmado em dezembro de 2022 com o governo do Paraná para o período de 30 anos, a contar de julho de 2024. O novo período de concessão possui metas de interiorização e atendimento a todas as mesorregiões do Estado.
"Estamos nos preparando para executar as metas da nova concessão e para tanto necessitamos de condições comerciais e operacionais que nos permitam levar o gás canalizado a novos municípios e a novos clientes com competitividade e segurança", afirmou Lamastra.
Esta será a quarta chamada pública para aquisição de gás natural lançada pela Compagas nos últimos quatro anos, e a expectativa da companhia é que o processo seja cada vez mais frequente para encontrar as melhores oportunidades de contratação de gás, frisou a empresa.
As propostas devem ser encaminhadas até 14 de abril.
Com a abertura desse processo, a Compagas encerrou chamada pública anterior iniciada no segundo semestre do ano passado. No processo, firmou um novo contrato com a Petrobras (BVMF:PETR4) para o período de 2024 a 2032, com volume de pouco mais de 200 mil m³/dia ao longo de todo período contratual.
A Compagas destacou que a petroleira brasileira ainda é o único supridor que apresenta condições viáveis de fornecimento para garantir grandes volumes em contratos firmes e a continuidade da distribuição de gás canalizado no Paraná, pois há uma restrição na capacidade de transporte de saída no Estado devido a contratos legados mantidos pela estatal.
"Para nós, é fundamental que exista a cessão da capacidade de transporte por parte da Petrobras para que possamos viabilizar a contratação de novos supridores e ter, de fato, o livre acesso a novos players", diz Lamastra.
Além do contrato com a Petrobras, a Compagas destacou ter firmado recentemente um contrato na modalidade firme com a Galp, de 10 mil m³/dia, em meio a buscas de alternativas para seu portfólio de suprimento.
Neste contrato, a companhia pontuou que passa a figurar como carregador. "Ou seja, é ela a responsável pela contratação da capacidade de transporte de saída da molécula, já a Galp é responsável pela contratação da capacidade de transporte de entrada, assim como a interconexão das malhas do sistema de transporte das transportadoras NTS e TBG".
Para Lamastra, essa ação permitirá um maior conhecimento do processo e um aprimoramento para implantação do formato em futuras contratações.
(Por Marta Nogueira)