🤑 Não fica mais barato. Garanta a promoção com 60% de desconto na Black Friday antes que desapareça...GARANTA JÁ SUA OFERTA

Conclusões sobre apagão podem trazer novo paradigma ao setor elétrico, diz ONS

Publicado 24.08.2023, 10:04
© Reuters. Torres de transmissão de energia elétrica no Pará
30/03/2010
REUTERS/Paulo Santos

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A apuração sobre as causas do apagão no Brasil que afetou 30 milhões de consumidores na terça-feira da semana passada está sendo a "mais importante da história" para o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pois pode mudar paradigmas do setor, disse à Reuters o diretor-geral do órgão, Luiz Carlos Ciocchi, apontando que os indícios são de falha técnica e que não haveria culpa do operador.

O Relatório de Análise de Perturbação (RAP), que irá indicar as verdadeiras causas do apagão que interrompeu mais de 25% da carga de energia do Brasil, deve ficar pronto em 17 de outubro.

O problema foi iniciado a partir da falha em uma linha de transmissão operada pela Chesf, que foi sucedida por uma ainda inexplicada queda de várias outras linhas, desencadeando interrupções no fornecimento de energia em todos os Estados conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

É nesse "efeito cascata", ocorrido em 600 milissegundos, que o ONS se debruça no momento.

"Não consigo ver nada que possa dizer que a culpa é do ONS... Não vejo o ONS como responsável", afirmou o diretor-geral em entrevista, ao ser questionado sobre possíveis erros de previsão do operador que pudessem ter ocasionado o problema.

"Trabalhávamos naquele dia num regime igual ao dos dias anteriores, num regime absolutamente normal, sem alterar ou mudar nada."

O clima é de expectativa para a divulgação do diagnóstico final, depois de alguns agentes do mercado de energia levantarem dúvidas sobre planejamento e programação do ONS, principalmente em relação à geração das usinas eólicas e solares no Nordeste.

O diretor-geral do órgão disse que também está ansioso pelo relatório técnico.

"Acredito que vai ser o RAP mais importante da história do ONS... Achamos que vai ser um novo paradigma e trazer muitas lições, ensinamentos e luz para o setor elétrico. Pode mexer com mercado, projetos futuros, equipamentos e até com a expansão do setor", avaliou Ciocchi, para quem a conclusão pode se tornar ainda uma "referência internacional".

Ciocchi disse ainda não acreditar nas hipóteses de falha humana ou sabotagem no apagão.

"As indicações são de falha técnica", disse, acrescentando que já teve encontro com um representante da Polícia Federal para explicar tecnicamente o apagão.

O governo pediu que a PF e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contribuissem nas investigações do apagão, depois de o Brasil ter registrado ações de vandalismo em algumas torres de energia no início do ano, supostamente por pessoas contrariadas com o resultado da eleição presidencial.

Após o apagão, o ONS se tornou mais conservador na operação do sistema elétrico. Uma das medidas foi reduzir o carregamento das linhas de transmissão que escoam energia das regiões Norte e Nordeste para os centros de consumo do Sul e Sudeste.

"Estamos reduzindo a quantidade de energia que trafega pelas linhas de transmissão", explicou Ciocchi. "Estamos trabalhando de 50% a 60% do que trabalhávamos antes do evento".

Ciocchi acredita que essa redução de carga deve durar no máximo até a divulgação do relatório final das causas do apagão, mas afirmou que isso pode ser calibrado no dia a dia.

NÍVEL DOS RESERVATÓRIOS

O diretor-geral do ONS destacou que o problema da semana passada se tratou de um fenômeno elétrico e não estava relacionado ao suprimento energético, diferentemente da situação vivida pelo Brasil em 2021, quando uma forte escassez de chuvas prejudicou a geração das hidrelétricas e ameaçou apagões e racionamento.

© Reuters. Torres de transmissão de energia elétrica no Pará
30/03/2010
REUTERS/Paulo Santos

Os reservatórios das usinas operam atualmente com uma boa quantidade de água em pleno período seco, e a expectativa do ONS é chegar ao fim deste período, entre outubro e novembro, com armazenamento confortável, alcançando ao menos 40% no pior dos cenários.

Este cenário deve garantir o acionamento da bandeira tarifária verde (sem acréscimo na conta de luz) até o fim do ano, e cria uma "boa janela de oportunidade" para a agência reguladora Aneel discutir o barateamento das bandeiras, avaliou Ciocchi.

 

(Por Rodrigo Viga Gaier)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.