SÃO PAULO (Reuters) - As contas de luz dos brasileiros continuarão em março com bandeira tarifária verde, que não gera cobranças adicionais, disse a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta sexta-feira.
As bandeiras geram custos extras para os consumidores quando saem do verde para o patamar amarelo ou vermelho, em mecanismo que visa sinalizar uma eventual redução na oferta de energia.
As contas de luz estão com bandeira verde desde dezembro de 2018, e seguem sem as cobranças extras mesmo com chuvas neste ano abaixo da média na região das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil.
A Aneel disse em nota que a metodologia de cálculo que define as bandeiras manteve o patamar verde devido a um nível de produção de energia hidrelétrica ainda elevado no país apesar das chuvas desfavoráveis.
A diretoria da agência, no entanto, deverá avaliar em reunião semanal na terça-feira uma proposta que prevê aumentar os custos extras gerados pelo acionamento da bandeira nos patamares amarelo e vermelho e alterar alguns critérios utilizados para definir seu acionamento.
Pela proposta da área técnica da agência, que deve ser colocada em audiência pública, o custo extra gerado pela bandeira vermelha nível 2, a mais crítica na escala do mecanismo, passaria a 60 reais por megawatt-hora (ou 6 reais a cada 100 quilowatts-hora), contra 50 reais/MWh atualmente.
A bandeira vermelha iria para 35 reais, de 30 reais atuais, enquanto a amarela passaria para 15 reais, contra 10 reais hoje.
As mudanças, se aprovadas, valeriam a partir de maio, com possibilidade de nova revisão em 2020.
(Por Luciano Costa)