SÃO PAULO (Reuters) - As temperaturas congelantes registradas há algumas semanas devem reduzir a próxima safra de café, a ser colhida em 2017, em pelo menos 5 por cento na área de atuação da Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, com forte atuação em Minas Gerais.
E o tempo seco recente também deverá impactar o tamanho da safra atual, que caminha para a etapa final, disse nesta segunda-feira o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, durante um evento em São Paulo.
"As lavouras estão sofrendo. E a geada (recente) atingiu. Vamos ter uma quebra (em 2017) pela geada", afirmou ele a jornalistas.
Os problemas climáticos e o cenário de uma menor produção elevam os pedidos de preços pelos produtores.
"Há uma quedra de braço com a indústria", disse o executivo.
Segundo Costa, os cooperados têm relutado em vender o produto abaixo do nível de 500 a 510 reais por saca de 60 kg, ainda que uma avaliação mais detalhada sobre perdas na safra 2016 só possa ser feita ao final da colheita.
Mas o viés é de baixa, disse ele.
A Cooxupé relatou anteriormente problemas para a qualidade do café após chuvas volumosas em maio e junho que derrubaram mais de 30 por cento do café da área dos cooperados.
Os cooperados da Cooxupé atuam nas regiões do Cerrado de Minas Gerais, Sul de Minas e São Paulo, respondendo por uma produção de aproximadamente 7 milhões de sacas de 60 kg, ou cerca de 15 por cento da safra nacional de café.
(Por Gustavo Bonato)