Por Tom Polansek e Karl Plume
CHICAGO (Reuters) - A epidemia de coronavírus está afetando embarques de carnes para a China justamente em um momento em que o país enfrenta escassez de proteínas devido ao surto de peste suína africana, disseram nesta quinta-feira a Tyson Foods e grupos agrícolas dos Estados Unidos.
A peste suína, que atinge apenas porcos, dizimou o plantel chinês de animais no último ano, elevando preços e a necessidade de importações de carnes.
O coronavírus, porém, está mantendo consumidores e trabalhadores do país dentro de casa, o que compromete aquisições em lojas e restaurantes e desacelera o descarregamento de produtos nos portos.
As interrupções afetam os esforços de Pequim para garantir ofertas adequadas de carnes e os planos de gigantes do segmento, com Tyson Foods e JBS (SA:JBSS3), de lucrar com a escassez.
"Houve interrupções nos portos... Isso distorceu embarques e recebimentos", disse o presidente-executivo da Tyson, Noel White, em conferência com analistas.
Segundo ele, o coronavírus escureceu o horizonte para a demanda chinesa, uma vez que cidades foram colocadas em quarentena. Mesmo assim, White disse que a Tyson continua embarcando carne para a China e que possui registros de encomendas.
"Uma vez que superarmos o incidente com o coronavírus, quando quer que isso aconteça, eu acredito que haverá uma demanda muito forte", acrescentou.
Mas, por ora, "as coisas estão ficando muito feias por lá", afirmou Jim Sumner, presidente do Conselho Norte-Americano de Exportação de Carne de Aves e Ovos.