Investing.com - A cotação do petróleo estava em alta no início da semana nesta segunda-feira, já que investidores mais uma vez deixam de lado preocupações com uma guerra comercial entre EUA e China, ao menos por enquanto.
As atenções agora se voltam ao Boao Forum na China, chamado de Davos asiático, em que Xi Jinping, presidente chinês, fará um discurso muito esperado na terça-feira, que investidores irão observar em busca de qualquer referência à disputa comercial com os EUA.
Os EUA e a China são as maiores nações consumidoras de petróleo do mundo.
Contratos futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate saltavam US$ 1,03, ou cerca de 1,7%, com o barril negociado a US$ 63,08 às 11h10. A referência norte-americana teve perdas em torno de 4,4% na semana passada, sua maior queda desde a semana encerrada em 9 de fevereiro.
Além disso, contratos futuros de petróleo Brent, referência para preços do petróleo fora dos EUA, avançavam US$ 1,04, ou cerca de 1,5%, para US$ 68,15 o barril. O Brent teve uma queda na semana passada de 4,5%, a maior desde a semana encerrada em 2 de março.
A cotação do petróleo encerrou a sexta-feira em baixa e fechou sua pior semana em dois meses uma vez que investidores fugiam de ativos arriscados em meio a temores de que a deterioração das relações comerciais entre EUA e China pudesse afetar o crescimento global.
Os ânimos também foram abalados após a Baker Hughes, empresa prestadora de serviços de energia da General Electric (NYSE:GE), ter divulgado na sexta-feira que o número de sondas ativas de exploração de petróleo teve aumento de 10 e totalizou 808 na semana passada.
É o maior número desde março de 2015, sustentando preocupações a respeito do aumento da produção dos EUA.
A produção norte-americana de petróleo, conduzida pela extração de shale oil chegou à máxima histórica de 10,46 milhões de barris por dia na semana passada, ficando acima dos níveis de produção da Arábia Saudita, principal exportador do mundo, e aproximando-se dos níveis da Rússia, maior produtor de petróleo do mundo.
Analistas e investidores alertaram recentemente que produtores de shale oil nos EUA poderiam afetar os esforços da Opep para reduzir o excesso de oferta.
Em novembro do ano passado, a OPEP e outros produtores, incluindo a Rússia, concordaram em cortar cerca de 1,8 milhão de barris por dia da produção de petróleo para reduzir os estoques globais para a média de cinco anos. O acordo tem validade até o final de 2018.
Nesta semana, investidores de petróleo aguardam novos dados semanais sobre os estoques comerciais de petróleo bruto nos EUA na terça e na quarta-feira para avaliar a força da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo e a rapidez com que os níveis de produção irão continuar a subir.
Agentes do mercado também estarão atentos a relatórios mensais da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e da Agência Internacional de Energia para avaliar os níveis globais de oferta e demanda de petróleo.
Comentários de produtores mundiais de petróleo, que podem apresentar mais sinais se seus planos de estender para o ano que vem o atual acordo de cortes na produção, também permanecerão em destaque.