LONDRES (Reuters) - O crescimento global da demanda por petróleo está arrefecendo a um ritmo notável, devido às economias europeias e chinesas estarem mais fracas, afirmou a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) nesta quinta-feira, acrescentando que o aumento do volume de óleo em estoque é um bom colchão contra choques de oferta.
"O recente abrandamento do crescimento da demanda não é nada menos do que notável", disse a IEA, em seu relatório mensal, revisando para baixo suas projeções de crescimento da demanda por petróleo tanto para 2014 quanto para 2015.
"Enquanto purulentos conflitos no Iraque e na Líbia não mostram nenhum sinal de impactar a produção, o seu efeito sobre os saldos do mercado global de petróleo e preços permanece em silêncio em meio enfraquecimento do crescimento da demanda por petróleo e oferta abundante", disse.
Para 2014, a IEA reduziu as projeções de crescimento da demanda em 150 mil barris por dia, para 900 mil barris por dia, enquanto para 2015 a agência diminuiu as estimativas em 100 mil bpd, para 1,2 milhão de bpd.
"As economias da Zona do Euro, já lutando com a estagnação, estão ficando perigosamente perto de deflação. Sendo o risco de que a queda dos preços europeus desencadeie uma espiral deflacionária que traz novas reduções da atividade econômica, com os participantes do mercado atrasando investimentos e decisões de compra", afirmou.
Na China, segundo maior consumidor de petróleo do mundo depois dos Estados Unidos, é provável que vejamos a demanda de petróleo crescer muito mais do que 2 por cento, disse a AIE.
Os preços do petróleo caíram abaixo de 100 dólares por barril neste mês pela primeira vez em mais de um ano, sob o peso de uma combinação de desaceleração do crescimento da demanda e oferta abundante.
A AIE espera que a oferta de países não membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cresça 1,6 milhão de barris diários em 2014, e outros 1,3 milhão de bpd em 2015, acompanhando o boom do petróleo não convencional ("shale gas") na América do Norte.
Isso significa que o mundo vai precisar menos do petróleo da Opep.
(Reportagem de Dmitry Zhdannikov e Christopher Johnson)