Por Geoffrey Smith
Investing.com - Os preços do petróleo atingiram seus níveis mais altos desde o início de março na terça-feira (23), em meio a sinais de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo está garantindo que todos que assinaram seu acordo de restrição à produção o cumpram.
A Opep havia pedido que signatários do pacto apresentassem até esta semana planos detalhados de como irão reduzir a produção atual para compensar o fato de não terem cumprido as cotas em maio, violando o acordo para manter um total de 9,7 milhões de barris por dia nos mercados mundiais de petróleo bruto.
A Newswires informou que o Iraque e os países africanos Nigéria, Angola e Gabão apresentaram seus planos. Os países liderados pela Rússia e pela Arábia Saudita insistiram em tais medidas em troca de seu apoio à extensão do atual nível de cortes de produção.
Os compromissos dos retardatários de conformidade melhoram as chances do mercado físico voltar a se equilibrar este mês, tendo mudado acentuadamente para superávit à medida que a demanda global colapsava em resposta a bloqueios em todo o mundo.
Às 11h12 (horário de Brasília), os contratos futuros de petróleo dos EUA subiam 0,6%, a US$ 40,99 por barril, tendo atingido anteriormente uma alta intradiária de US$ 41,62 por barril. Os contratos futuros de Brent, referência internacional, avançavam 0,6%, para US$ 43,33 por barril.
Mas os compromissos de bombear menos nem sempre foram respeitados no passado, e há algumas dúvidas se serão desta vez.
“O Iraque comprometeu-se a cortar a produção de julho a agosto para 3,5 milhões de bpd, ou 1,3 milhão de bpd abaixo da média de 2019. Continuamos céticos de que esse feito acrobático possa ser realizado em tão pouco tempo”, disse Bjornar Tonhaugen, chefe do mercado de petróleo da consultora Rystad Energy, em comentários por e-mail. Ele apontou a estrutura operacional fragmentada e as difíceis condições políticas no Iraque que dificultaram a coordenação da produção para o país, que é o segundo maior produtor da Opep.
Além disso, na terça-feira o American Petroleum Institute apresentará sua atualização semanal sobre os estoques de petróleo dos EUA, em um cenário de crescente preocupação com o aumento de infecções por coronavírus nos EUA - principalmente em grandes estados produtores de petróleo, como Texas e Oklahoma.