Por Gabriel Araujo
SÃO PAULO (Reuters) - A demanda por transportes rodoviários de cargas no Brasil voltou a melhorar na última semana, atingindo o maior nível desde o final de março e se aproximando dos resultados que antecederam uma queda brusca em função da pandemia de coronavírus, disse a NTC&Logística nesta terça-feira.
Segundo pesquisa realizada pela associação de empresas do setor, a demanda terminou a semana com variação negativa de 30,42% em relação aos níveis pré-pandemia, melhor resultado desde a semana de 24 a 29 de março --quando teve baixa de 26,9%.
A última semana de março havia antecedido uma forte derrocada que atingiu seu ápice em meados de abril, em meio às medidas de isolamento social para contenção da Covid-19, quando a demanda bateu variação negativa de 45,2%.
Na comparação com a semana anterior, o índice teve melhora de 3,5 pontos percentuais. Os resultados foram impulsionados por uma alta significativa na demanda por cargas fracionadas, que contêm pequenos volumes.
Além do resultado positivo para a demanda, o percentual de empresas do setor que apresentaram queda de faturamento durante a crise sanitária e econômica voltou a cair para 88%, ante 91% na semana anterior.
O levantamento é realizado pela NTC&Logística desde meados de março, quando as medidas restritivas começaram a ter efeito mais drástico na economia. Nesse período, o percentual de empresas com queda de faturamento chegou a atingir 94% em abril.
O presidente da associação, Francisco Pelucio, disse à Reuters na semana passada que os números começaram a melhorar por causa da reabertura gradual da economia, embora continuem muito longe do ideal e indiquem uma recuperação lenta.
Na pesquisa da NTC&Logística para cargas fracionadas, houve uma forte melhora de pouco mais de 7,5 pontos na comparação semanal, atingindo variação negativa de 23,56% frente aos níveis pré-pandemia.
Já para cargas lotação, que ocupam toda a capacidade dos veículos e são utilizadas principalmente nas áreas industriais e agrícolas, a retração chegou a 34,34% na semana, ante 36,27% na semana anterior.
Apesar da flexibilização recente das medidas de isolamento, o Brasil ainda enfrenta um cenário grave em relação à pandemia de coronavírus, com mais de 1,6 milhão de casos confirmados e cerca de 65 mil mortes.