WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Comércio dos Estados Unidos afirmou que enviou ao presidente norte-americano, Donald Trump, os resultados de investigação sobre se as importações de aço ameaçam a segurança nacional dos Estados Unidos, mas se recusou a revelar qualquer detalhe de suas recomendações.
Em comunicado que não permite qualquer vislumbre sobre as conclusões da investigação, o departamento afirma que Trump tem agora 90 dias para decidir "sobre qualquer potencial ação".
A investigação pode levar à imposição de amplas tarifas ou cotas de importação.
A vice-representante de imprensa da Casa Branca, Lindsay Walters, afirmou em comunicado que Trump anunciará sua decisão "no momento apropriado".
Trump iniciou a investigação em abril do ano passado. O secretário de Comércio, Wilbur Ross, tinha definido prazo até o final de junho para anunciar suas recomendações, mas o anúncio foi adiado por ocasião da cúpula do G20 e negociações bilaterais com a China, maior produtor mundial de aço, em julho.
Trump afirmou depois, em julho, que uma decisão final sobre o inquérito poderia esperar até que outras questões mais importantes sobre sua agenda fossem resolvidas, incluindo o sistema de saúde e reforma tributária.
A investigação foi mantida sob sigilo no Departamento do Comércio, mas a pasta teve que respeitar o prazo final na segunda-feira para apresentar seu relatório à Casa Branca. Uma investigação similar envolvendo importações de alumínio invocou a mesma legislação da época da Guerra Fria e tem prazo para ser concluída em 22 de janeiro.
"Apesar do relatório não ser público, acreditamos que os resultados da investigação vão confirmar o que as siderúrgicas domésticas já sabem. As importações de certos tipos de aço para os EUA devem ser restringidas por questões de segurança nacional", disse Philip Bell, presidente da Associação dos Fabricantes de Aço.
Em comunicado, Bell pediu remédios "amplos, significativos e impactantes" para reduzir os volumes de produtos siderúrgicos estrangeiros.
Trump prometeu que tomaria medidas para proteger os trabalhadores do setor siderúrgico norte-americano das importações. Mas a imposição de amplas tarifas ou cotas sobre aço e alumínio têm sido motivo de intenso debate na Casa Branca, entre autoridades favoráveis a restrições mais agressivas e setores que defendem uma postura mais cautelosa para se evitar alta nos preços do aço ou problemas para os aliados dos EUA.
(Por David Lawder e Eric Walsh)