Por Peter Nurse
Investing.com - Os preços do petróleo foram negociados em baixa nesta segunda-feira, continuando a recente tendência negativa causada pela disseminação do coronavírus, que atingiu a demanda do maior importador do mundo, enquanto ainda restam dúvidas sobre a extensão e o momento dos futuros cortes de produção dos principais produtores.
Às 10h20 (horário de Brasília), os contratos futuros de petróleo bruto dos EUA caíam 0,1%, a US$ 50,30 por barril, enquanto a referência global de petróleo, os futuros de Brent negociados no Reino Unido, caíam 0,3%, a US$ 54,30 por barril.
Na semana passada, o mercado de petróleo registrou a quinta semana consecutiva de perdas. As perdas combinadas ao longo das cinco semanas foram de mais de 22% para ambas as referências, deixando-as em território de bear market.
O surto de coronavírus não mostra sinais imediatos de desaceleração, com o número de mortos tendo superado os 900 no fim de semana, ultrapassando o número do surto de Sars há quase duas décadas. Mais de 40.000 pessoas foram afetadas. Algumas empresas reabriram seus escritórios na segunda-feira, mas um grande número de locais de trabalho ainda permanece fechado e muitos executivos continuam trabalhando em casa.
O impacto sobre a economia já em desaceleração da China tem sido pesado, com o Goldman Sachs (NYSE: GS) cortando sua meta de PIB do primeiro trimestre para 5%, ante 5,6% anteriormente, e dizendo que um golpe ainda mais profundo é possível.
"Após o Ano Novo Lunar, o impacto que o coronavírus está causando na demanda de petróleo está se tornando mais claro", disseram analistas do ING, em nota. "As taxas de operação para refinarias independentes em Shandong estavam em 50,33% em 7 de fevereiro, contra 64,56% antes das férias do Ano Novo Lunar."
"Esses cortes levaram a um aumento acentuado nos estoques de petróleo bruto no país nas últimas duas semanas, com os estoques de Shandong aumentando 11,57MMbbls, totalizando 51,69MMbbls em 7 de fevereiro."
Voltando ao lado da oferta da equação, a última pesquisa da Platts sobre os níveis de produção dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo divulgada sexta-feira constatou que a produção do bloco caiu 470.000 bpd em janeiro.
Essa redução não foi suficiente para impulsionar os preços do petróleo, mas ainda não se sabe se a Rússia apoiará os cortes adicionais de 600.000 barris por dia sugeridos pelos especialistas técnicos da OPEP e seus aliados na semana passada.
Além disso, existem dúvidas crescentes se a reunião extraordinária atualmente marcada para o início de março será antecipada, acrescentou o ING, após o ministro da Energia do Azerbaijão comentar que uma reunião de emergência "provavelmente não acontecerá".