SÃO PAULO (Reuters) - As distribuidoras de energia devem conseguir eliminar mais 1,17 gigawatt médio em sobras contratuais de eletricidade para este ano, após nova rodada de um mecanismo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para redução de contratos, segundo documento visto pela Reuters nesta terça-feira.
As sobras de energia, decorrentes da queda do consumo com a crise, podem gerar impactos financeiros negativos tanto para as distribuidoras quanto para os consumidores, o que tem levado as empresas e as autoridades do setor elétrico a buscar saídas para a situação, como ajustes negociados em contratos.
As distribuidoras declararam à CCEE sobras totais de 3,99 gigawatts médios para o período entre abril e dezembro deste ano, segundo comunicado da Câmara obtido pela Reuters junto a um agente de mercado.
Já os geradores que haviam negociado energia com essas distribuidoras aceitaram reduzir seus contratos em cerca de 1,17 gigawatt, que deve ser o montante efetivo a ser ajustado.
Procurada, a CCEE confirmou os valores, mas disse que esses são resultados preliminares dos ajustes contratuais. O resultado final deve ser divulgado na semana entre 24 e 28 de abril.
REDUÇÕES
A maior mudança em contratos foi promovida pela hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, operada pela Energia Sustentável do Brasil (ESBR), que aceitou reduzir seus contratos de venda às distribuidoras em 385 megawatts médios.
A Reuters publicou na segunda-feira que a ESBR pretende revender parte dessa energia a preços maiores no mercado, além de manter uma reserva descontratada para lidar com o risco de perdas devido à hidrologia desfavorável neste ano.
A hidrelétrica Teles Pires, no Mato Grosso, da Companhia Hidrelétrica Teles Pires, reduziu contratos em 200 megawatts médios.
Diversos parques eólicos, como usinas da Eletrosul, da Eletrobras (SA:ELET3), também conseguiram reduções contratuais.
(Por Luciano Costa)