Buenos Aires, 8 fev (EFE).- O ministro da Defesa da Argentina, Arturo Puricelli, afirmou nesta quarta-feira que o país manterá as reivindicações sobre a soberania das ilhas Malvinas nos leitos diplomáticos, apesar, segundo ele, das provocações do Reino Unido.
"Querem nos desestabilizar e ver se caímos na tentação de levar este conflito ao terreno das armas. Pois saibam que não", ressaltou Puricelli em declarações à rádio "La Red", de Buenos Aires
"O que (os britânicos) devem ter claro é que os toleramos nas Malvinas, mas se qualquer força armada inglesa chegar a vir a território argentino, não tenham dúvidas de que vamos exercer nosso legítimo direito à defesa, e temos capacidades para fazê-lo", ameaçou o ministro.
A presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, anunciou nesta terça-feira que seu país denunciará o Reino Unido na ONU pela "militarização" das Malvinas, depois do recente anúncio de Londres de enviar ao arquipélago o MS Dauntless, o destróier mais moderno da Marinha Real britânica.
Puricelli ainda alfinetou o governo britânico ao mencionar a decisão de países sul-americanos de proibir em seus portos a entrada de navios com bandeira das Malvinas. "A certeza de reivindicar pela via diplomática é o que os desestabilizou. A decisão dos países da América do Sul de não receber navios que venham com bandeiras das ilhas Malvinas está lhes causando problemas e encarecendo a usurpação que eles mantêm".
Segundo o ministro, as medidas britânicas associadas às ilhas "são uma bravata para sustentar a despesa militar".
Em um movimentado evento que contou com a participação de governistas e opositores, Cristina também anunciou nesta terça-feira a iminente publicação do chamado Relatório Rattenbach sobre o papel da ditadura militar argentina durante a guerra entre Buenos Aires e Londres em 1982, que deixou cerca de 900 mortos.
A governante questionou também a recente chegada do príncipe William às Malvinas para tarefas de instrução militar nas ilhas ocupadas pelos britânicos desde 1833, mas cuja soberania é reivindicada pela Argentina. EFE