SÃO PAULO (Reuters) - O Egito abriu o seu mercado de algodão em pluma para exportações do Brasil, após um processo que se arrastava desde 2006, disse o ministro da Agricultura brasileiro, Carlos Fávaro, a jornalistas.
Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele ressaltou que o Egito é um mercado de nicho que dá uma chancela para a qualidade do produto do Brasil.
O Brasil é o segundo exportador de algodão do mundo, atrás dos Estados Unidos, e vem ganhando mercados especialmente na Ásia, onde a demanda cresce mais, apostando em programas de qualidade da fibra.
"Todo mundo quer comprar uma camisa ou lençol com algodão egípcio, pela qualidade do algodão egípcio. Se vai exportar, significa que tem qualidade, tem credibilidade, tem respeito...", disse ele.
Segundo o ministro, o Egito não é um "mercado muito grande", mas "é um nicho de qualidade, recebemos a chancela de qualidade do algodão brasileiro".
O Egito importa atualmente cerca de 120 mil toneladas ao ano de algodão, contando com a Grécia, Burkina Faso, Benin e Sudão entre os principais fornecedores, segundo nota do ministério.
A expectativa do setor no Brasil é fornecer cerca de 20% das importações do Egito nos próximos anos, disse à Reuters o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Pedro Schenkel.
"Vai depender da nossa promoção", afirmou ele sobre a necessidade de promover o produto brasileiro para ganho de market share no novo mercado.
A matéria-prima que pode ser adquirida do Brasil é de fibra média, de acordo com o ministério, que notou que a inauguração de um parque têxtil no Egito pode aumentar a demanda nos próximos anos.
Schenkel acrescentou que os produtores brasileiros terão que se manter atentos à questão fitosanitária, pois os compradores do Egito têm grande preocupação com a proteção contra pragas.
"A partir do momento em que enviamos a pluma para lá, temos que ter cuidado para não enviar pragas pra eles."
Também durante sua fala no Palácio do Planalto, o ministro Fávaro anunciou que a China reabilitou três unidades frigoríficas do Brasil, uma de carne bovina e duas de aves, enquanto a Indonésia habilitou mais 11 frigoríficos de carne bovina do país.
(Por Lisandra Paraguassu e Roberto Samora)