Por Steve Holland e Emily Stephenson
DORAL, Flórida/WASHINGTON (Reuters) - O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que o presidente dos EUA, Barack Obama, deve ser investigado devido a um servidor privado de e-mails que Hillary Clinton usou enquanto secretária de Estado, dizendo que Obama "sabia de tudo" sobre os emails de Hillary.
"É por isso que ele apoiou Hillary, porque não queria ser arrastado. Porque ele sabia tudo sobre o servidor privado", disse Trump sobre o presidente democrata em entrevista à Reuters. "Isto significa que ele precisa ser investigado."
Hillary, rival democrata de Trump na eleição de 8 de novembro, foi secretária de Estado de Obama de 2009 a 2013.
O WikiLeaks divulgou nesta terça-feira uma série de emails hackeados da conta do gerente de campanha de Hillary, John Podesta, que mostrou as reações da campanha após Obama dizer em entrevista televisionada que descobriu sobre o uso de servidor privado de email de Hillary através de reportagens.
"Precisamos limpar isto - ele tem emails dela - eles não dizem stave.gov", escreveu em email a assessora de Hillary Cheryl Mills para Podesta, após Obama fazer os comentários em entrevista em março de 2015.
O porta-voz de Obama, Josh Earnest, esclareceu os comentários após a entrevista de 2015, dizendo que embora o presidente tivesse o endereço de email pessoal de Hillary, que ela usava ao invés dos sistemas do governo, ele não sabia detalhes das configurações.
O Departamento de Estado informou em janeiro que encontrou 18 mensagens entre Hillary e Obama entre cerca de 30 mil emails que Hillary devolveu ao departamento em 2014. Nenhum deles foi divulgado por conta de uma lei que protege comunicações presidenciais de se tornarem públicas por diversos anos.
Autoridades dos EUA disseram acreditar que a Rússia está por trás dos ataques cibernéticos recentes contra sistemas do Partido Democrata, e relatos indicam que o roubo de emails de Podesta pode estar relacionado.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que seu país não possui culpa.