SÃO PAULO (Reuters) - A produção de trigo do Rio Grande do Sul deve alcançar o recorde de 4,97 milhões de toneladas neste ano, estimou nesta quinta-feira a empresa de assistência técnica e extensão rural Emater-RS, com uma elevação ante os 4,68 milhões projetados anteriormente.
Segundo o órgão ligado ao governo estadual, novas amostragens realizadas em novembro indicaram aumento na produtividade dos principais cereais de inverno da região, com o rendimento do trigo visto em 3.410 quilos por hectare, 6,2% superior à projeção feita no final de setembro.
"No Estado, a área de cultivo de trigo alcançou 1.458.026 hectares na safra 2022, sendo que 85% da colheita desta área já foi finalizada na região oeste do Estado. A maior parte das lavouras apresenta produtividade elevada e excelente qualidade do produto final colhido", disse a Emater em relatório.
A colheita avançou sete pontos percentuais na última semana, mas segue atrasada em relação aos 98% de um ano antes e da média histórica de 99% para o período.
NOVA SAFRA
O plantio de soja 2022/23 alcançou 73% das áreas do Rio Grande do Sul, avanço semanal de sete pontos e atrás dos 78% registratos tanto na média histórica quanto no mesmo momento do ciclo anterior.
De acordo com a Emater, nas regiões onde o volume de chuvas foi superior a 10 milímetros, foi possível realizar a semeadura com umidade adequada, mas nas demais o produtor permaneceu cauteloso. Em alguns casos, foi necessário adiar a implantação da cultura até a ocorrência de novas precipitações.
"O desenvolvimento inicial da cultura apresenta-se um pouco lento devido à baixa umidade nos solos, às temperaturas muito elevadas no período da tarde, à baixa umidade relativa do ar e à presença de ventos do quadrante sul", afirmou.
No caso do milho verão, o plantio atingiu 84% das áreas, aumento de somente dois pontos na semana. Um ano antes, este percentual estava em 88% e a média histórica é de 87%.
"A semeadura evoluiu pouco... pois além da baixa umidade nos solos, os produtores dedicaram-se a mesma atividade na cultura de soja."
Segundo a empresa, há uma preocupação com a irregularidade e com a má distribuição das chuvas durante o mês de novembro, período quando as lavouras iniciaram o processo reprodutivo e, por consequência, demandam mais água.
"As lavouras não irrigadas apresentam aumento de sintomas de déficit hídrico", disse, embora ainda não haja grandes impactos ao potencial produtivo da cultura.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)