Os preços do leite no mercado atacadista nacional fecharam o mês de junho em queda e a tendência para julho é de novos recuos. Boletim do Centro de Inteligência do Leite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) destacou que as importações continuam elevadas, com volumes entre 200 e 250 milhões de litros-equivalente no mês.
"A valorização recente do real, o menor preço relativo no Mercosul e o crescimento sazonal da produção na Argentina acabam estimulando as compras", disse no boletim.
"Neste momento, o crescimento da safra do Sul e a alta nas importações seguem aumentando a disponibilidade interna e reduzindo os preços. No varejo, os preços ao consumidor vêm mostrando recuo, mas em ritmo inferior ao dos outros elos da cadeia produtiva."
No atacado da Grande São Paulo, o preço médio do leite UHT em junho caiu 16,4% ante igual mês do ano passado e 6,6% contra maio deste ano. No spot, o leite comercializado em Minas Gerais recuou 34,4% em relação a junho de 2022 e 10,4% na comparação com maio passado.
Segundo a Embrapa, as sinalizações dos Conseleites estaduais para o pagamento do leite entregue em junho a ser pago em julho indicam novo recuo nos preços ao produtor. "O mercado lácteo segue fraco, com maior disponibilidade interna e já com expectativa de início do período de safra, o que tem um efeito negativo nos preços", disse.
A Embrapa cita projeções dos Conseleites, para o preço de referência do produto entregue em junho a ser pago em julho, de queda de 4,8% em Minas Gerais, de 4,6% no Paraná, e de 3,1% em Santa Catarina.