SÃO PAULO (Reuters) - As entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro recuaram 4,4%no acumulado de janeiro a abril na comparação com o mesmo período do ano passado, para 10,87 milhões de toneladas, de acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), divulgados nesta terça-feira.
Em abril, as entregas somaram 2,32 milhões de toneladas, redução de 14,5% em relação ao mesmo mês de 2022, segundo comunicado da Anda.
A associação de indústrias do setor não explicou os motivos da queda nas entregas ao mercado, importante sinalizador do consumo de adubos no país.
Apesar da redução nas entregas, as importações de fertilizantes intermediários aumentaram 22,6% em abril, para 3,15 milhões de toneladas.
No acumulado de janeiro a abril, o total importado foi de 10,89 milhões de toneladas, redução de 3,7% em relação ao mesmo período de 2022, quando o setor elevou importações temendo uma escassez diante da guerra na Ucrânia.
Para se ter uma ideia da importância da importação para o setor agrícola brasileiro, o total importado no primeiro quadrimestre somou praticamente o mesmo volume do total das entregas do país, um dos maiores importadores globais de fertilizantes.
O Brasil terminou 2022 com estoques de 8,4 milhões de toneladas de produtos intermediários para fabricação de fertilizantes e formulações NPK, o maior volume pelo menos desde 2019, após ter registrado queda de cerca de 10% no consumo no ano passado, com agricultores recuando nas compras diante de preços elevados dos adubos.
Já a produção nacional de fertilizantes intermediários encerrou abril de 2023 com 540 mil de toneladas, retração de 22,9% ante o mesmo mês de 2022.
No acumulado do primeiro quadrimestre de 2023, o país produziu 2,24 milhões de toneladas, recuo de 12,7% em relação a igual período do ano passado, segundo a Anda.
O Estado de Mato Grosso, maior produtor brasileiro de grãos e oleaginosas, respondeu por quase 25% do total do mercado no primeiro quadrimestre, seguido por Paraná, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.
(Por Roberto Samora)