SÃO PAULO (Reuters) - As entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro somaram 4,11 milhões de toneladas em junho, o maior nível desde setembro do ano passado, com crescimento de 15,7% na comparação com o mesmo mês de 2022, de acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) publicados nesta quarta-feira.
O forte aumento veio antes do início do plantio da safra 2023/24 de soja, entre setembro e outubro, com produtores voltando a fechar negócios após um início mais lento das vendas de adubos em 2023.
As entregas de adubos no Brasil só passaram a avançar no acumulado do ano, na comparação anual, em maio. Com a alta de junho, o setor fechou o semestre com 18,61 milhões de toneladas entregues, avanço de 2,4%.
O Mato Grosso, líder no consumo de fertilizantes no Brasil, concentrou 25,2% das entregas no acumulado do ano, com 4,69 milhões de toneladas, seguido pelo Paraná (2,34 milhões), Goiás (2,09 milhões), São Paulo (1,67 milhão), Rio Grande do Sul (1,62 milhão) e Minas Gerais (1,43 milhão), segundo a Anda.
Integrantes do setor acreditam que o mercado de fertilizantes no Brasil deverá se recuperar na safra 2023/24, após produtores sofrerem no ano passado com o forte impacto dos preços altos desses insumos em meio a desdobramentos da guerra na Ucrânia.
No ano passado, o setor registrou entregas de 41 milhões de toneladas, e especialistas acreditam que este ano pode ter um número próximo de 42-43 milhões de toneladas, ainda abaixo do recorde de 2021 (45,86 milhões de toneladas).
Importações
O Brasil, que compra no exterior cerca de 85% de seu consumo, tem importado menos fertilizantes em relação a 2022, quando os desembarques inicialmente foram elevados diante de temores por conta das preocupações com a escassez geradas pela guerra na Ucrânia.
As importações de fertilizantes intermediários alcançaram em junho 3,12 milhões de toneladas, com queda de 7,6%, disse a associação.
No acumulado do primeiro semestre, o total foi de 17,21 milhões de toneladas, redução de 3,3% ante o mesmo período de 2022.
O país ainda começou 2023 com estoques maiores do que em anos anteriores, após uma queda nas vendas no ano passado depois que os preços dispararam, o que levou agricultores a reduzir as aplicações.
No porto de Paranaguá, principal porta de entrada dos adubos, ingressaram de janeiro a junho 4,34 milhões de toneladas, indicando redução de 20,6% em relação a 2022.
A produção nacional de fertilizantes intermediários, por sua vez, encerrou junho com 454 mil toneladas, representando redução de 17,9%. No acumulado do primeiro semestre, o total foi de 3,16 milhões de toneladas, recuo de 17%.
(Por Roberto Samora)