Por Marco Aquino e Marcelo Rochabrun
LIMA (Reuters) - Um bloco de países latino-americanos de esquerda aumentou a pressão contra o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó na quinta-feira em uma cúpula diplomática, embora não tenha aprovado uma moção para discutir a retirada de sua representação da organização.
Guaidó afirma ser o legítimo presidente da Venezuela desde 2019 e a Organização dos Estados Americanos, que realiza sua Assembleia Geral em Lima, o reconheceu.
Mas Guaidó nunca chegou ao poder, e o país continua sendo liderado pelo presidente socialista Nicolás Maduro.
Na cúpula da OEA, nações latino-americanas lideradas por líderes de esquerda votaram a favor de discutir a possibilidade de derrubar a representação de Guaidó na OEA.
Embora 19 países tenham votado a favor e apenas quatro contra, a moção ficou aquém dos 24 votos necessários. A OEA conta com 35 países membros.
"Eu perguntaria aos 19 países que votaram contra a permanência da Venezuela na OEA, de que lado estaria Bolívar (o herói da independência venezuelana Simon)? No de Maduro, um criminoso contra a humanidade... ou com os venezuelanos que insistem e querem eleições livres?", disse Guaidó em um vídeo postado nas redes sociais.
O político venezuelano também pediu a esses 19 países que defendam a democracia e agradeceu aos países que apoiaram sua delegação.
A votação foi um símbolo de uma mudança recente na América Latina, com líderes de esquerda substituindo governos mais conservadores no Chile, na Colômbia e no Peru desde o ano passado.
As nações que votaram contra Guaidó incluíram México, Argentina, Chile, Colômbia e Peru. Brasil e Equador se abstiveram.
A representação de Guaidó na OEA anunciou antes da assembleia que não compareceria. Maduro anunciou sua saída da OEA em 2017.