SÃO PAULO (Reuters) - Os estoques privados de café do Brasil foram estimados em 9,8 milhões de sacas de 60 kg ao término da safra 2017, volume 0,4 por cento menor na comparação anual e o menor desde 2012, informou nesta quinta-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pelo levantamento.
Os baixos estoques no Brasil, maior produtor e exportador mundial da commodity, têm colaborado para uma redução nas exportações brasileiras nos últimos meses.
Em maio, também pelo impacto dos protestos de caminhoneiros, os embarques brasileiros foram os menores em 14 anos, segundo dados do Cecafé, associação de exportadores.[nL1N1TE2ES]
Em 31 de março, data que antecede os primeiros trabalhos de colheita da nova safra, o Brasil tinha em estoques 8,96 milhões de sacas de café arábica, ao passo que outras 868 mil sacas eram de conilon (robusta).
Com a expectativa de uma safra recorde de cerca de 58 milhões de sacas em 2018, em colheita já em desenvolvimento, os preços do café têm sido pressionados no mercado global, apesar dos baixos estoques brasileiros, fruto de uma produção relativamente pequena de 45 milhões de sacas em 2017, segundo os dados oficiais.
Assim, os estoques finais apontados pela Conab em 31 de março figuraram como os menores desde 2012, quando as reservas ficaram em 8,4 milhões de sacas.
A safra de 2017 foi a de baixa no ciclo bienal de produção do arábica, enquanto a deste ano é a de alta.
Os dados levantados pela Conab mostraram que Minas Gerais detém o maior volume de estoques, com cerca de 7,5 milhões de sacas, ou 76,5 por cento do total. Na sequência aparece São Paulo, com 1,1 milhão de sacas, ou pouco mais de 10 por cento.
No Espírito Santo, principal produtor nacional de conilon, as reservas estavam em 691,7 mil sacas, correspondendo a 7 por cento.
Cooperativas detinham pouco menos da metade do total dos estoques privados do Brasil, com 4,37 milhões de sacas, segundo o levantamento da Conab.
(Por José Roberto Gomes; Edição de Roberto Samora)