Por Mark Weinraub
CHICAGO (Reuters) - A oferta de milho dos EUA será maior do que se pensava, já que a crescente concorrência no mercado de exportação reduz a demanda por embarques norte-americanos, disse o governo do país nesta sexta-feira.
Os estoques de milho dos EUA totalizarão 1,257 bilhão de bushels no final do ano comercial de 2022/23, informou o Departamento de Agricultura do país (USDA, na sigla em inglês) em seu relatório mensal de estimativas de oferta e demanda agrícola mundial.
O relatório refletiu a crescente concorrência do Brasil como exportador de milho e um pouco mais de exportações esperadas da Ucrânia, após um acordo Moscou-Kiev intermediado pelas Nações Unidas e pela Turquia.
Analistas esperavam que o relatório mostrasse estoques finais de milho em 1,237 bilhão de bushels, de acordo com a média das estimativas apuradas em uma pesquisa da Reuters. Em novembro, o USDA havia previsto estoques finais do cereal em 1,182 bilhão de bushels.
O governo manteve suas perspectivas para os estoques de soja e trigo dos EUA, com o trigo no menor patamar de 15 anos, em 571 milhões de bushels, e os de soja foram projetados em uma mínima de sete anos, em 220 milhões de bushels.
Os futuros de milho na Bolsa de Chicago ficaram quase estáveis, depois de oscilar em território positivo durante a manhã.
O governo cortou suas perspectivas para as exportações de milho dos EUA em 75 milhões de bushels, para 2,075 bilhões.
"Estamos atrasados, então não ficaria surpreso se vermos que as exportações continuarão caindo", disse Craig Turner, da corretora de grãos StoneX.
O USDA elevou sua perspectiva para exportações da Ucrânia devastada pela guerra para 17,5 milhões de toneladas, de 15,5 milhões, mas deixou suas projeções para embarques da América do Sul inalteradas, mesmo com a projeção de recordes de safras do Brasil, de 126 milhões de toneladas de milho e 152 milhões de soja.
O USDA também previu que a colheita de milho da Argentina chegaria a 55 milhões de toneladas, estável em relação à projeção de novembro e alta de 6,8% comparada ao ano anterior, apesar da pior seca em décadas.
A seca argentina provocou uma redução nas perspectivas de colheita de trigo do país para 12,5 milhões de toneladas, contra 15,5 milhões de toneladas, disse o USDA.