SÃO PAULO (Reuters) - O preço do etanol hidratado nas usinas avançou 7,09 por cento entre 11 a 15 de fevereiro, remunerando pela primeira vez mais que o etanol anidro na atual safra, informou em análise nesta segunda-feira a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
De acordo com os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da instituição, o valor sem impostos do etanol hidratado fechou a semana em 1,6921 reais por litro, enquanto o anidro registrou 1,7586 reais o litro, alta de 3,59 por cento ante a semana anterior.
O centro de pesquisa afirma que esta foi a primeira vez desde o final de março de 2018, ainda durante a safra 2017/18, que o etanol hidratado superou o anidro em termos de remuneração --na semana analisada, a vantagem foi de 2 por cento.
"O impulso aos preços vem da demanda aquecida --na semana passada, as aquisições envolveram grandes volumes, tanto em São Paulo quanto em outros estados da região Centro-Sul", diz a análise.
"Além disso, usinas estão bastante firmes nos valores de venda, quase sem diferencial logístico entre as regiões produtoras", completa.
Para o consumidor, dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) de 10 a 16 de fevereiro mostram que nas bombas de São Paulo o preço médio da gasolina C foi de 3,966 reais por litro, e o do etanol, 2,559 reais o litro, com relação média de preços de 64,5 por cento, favorável ao consumo do biocombustível.
Se os preços do etanol têm subido na usina, o valor da gasolina da Petrobras (SA:PETR4) nas refinarias também está avançando.
A Petrobras elevará em 2,5 por cento o preço médio da sua gasolina a partir de terça-feira, para 1,5970 real por litro, o maior nível em quase dois meses.
AÇÚCAR:
Em relação ao açúcar cristal, a análise da Esalq aponta que tanto oferta quanto demanda "não têm sido volumosas", o que faz com que os negócios se mantenham calmos no spot.
Os cálculos do Cepea indicam que entre 21 e 25 de janeiro a média do açúcar cristal foi de 69,02 reais por saca de 50 kg, alta de 0,34 por cento ante a semana anterior.
"De maneira geral, não têm sido observadas mudanças significativas que possam causar oscilações mais expressivas nos preços médios", diz. "A maior movimentação no mercado são as entregas do açúcar contratado em períodos anteriores".
(Por Gabriel Araujo, com reportagem adicional de Marta Nogueira)