Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - A Casa Branca levantou nesta quarta-feira a possibilidade de que tarifas dos Estados Unidos sobre importações de aço e alumínio podem excluir uma série de países, além de Canadá e México, conforme aumenta a pressão sobre o presidente dos EUA, Donald Trump, para impor medidas específicas que não prejudiquem aliados dos EUA.
Trump deve autorizar as tarifas até o final da semana, disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, um dia após a renúncia do assessor econômico Gary Cohn, que se opunha à ação.
“Nós esperamos que o presidente assine algo até o final da semana e há possíveis cortes para México e Canadá com base em segurança nacional, e possivelmente outros países também com base neste processo”, disse Sanders em entrevista coletiva. “Será país por país, e será baseado em segurança nacional”.
Uma autoridade da Casa Branca disse que Trump espera assinar a proclamação presidencial na tarde de quinta-feira, mas isto pode ser feito na sexta-feira para que documentos possam ser liberados através de um processo legal.
As tarifas irão entrar em vigor cerca de duas semanas depois de Trump assinar a proclamação, de acordo com uma autoridade sênior dos EUA.
As tarifas irão impor uma taxa de 25 por cento sobre aço e de 10 por cento sobre alumínio para conter importações baratas, especialmente da China, que ele diz prejudicar a indústria e empregos dos EUA.
Uma medida que não inclui exceções eleva o risco de medidas retaliatórias sobre exportações dos EUA – ao menos pelo Canadá e Europa –e complica conversas já duras sobre o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta).
Trump disse na segunda-feira que Canadá e México só serão excluídos após renegociação com sucesso do Nafta.
A saída de Cohn, que era visto como um bastião contra o nacionalismo econômico de Trump, abre caminho para maior influência de linhas-duras como o secretário do Comércio, Wilbur Ross, e Peter Navarro, assessor de política comercial de Trump, e à possibilidade de que as tarifas sejam implementadas.
Sanders disse que Trump está considerando diversos candidatos pra preencher a posição de Cohn. Navarro disse não ter sido pré-selecionado para o cargo.