WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, criticou nesta quarta-feira uma medida de parlamentares russos de reconhecer duas regiões separatistas apoiadas pela Rússia no leste da Ucrânia como independentes, dizendo que seria ilegal e atrairia uma resposta rápida.
A Duma, câmara baixa do Parlamento russo, votou na terça-feira para pedir ao presidente Vladimir Putin que reconheça as autodeclaradas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk. A União Europeia disse à Rússia para não seguir adiante.
"A promulgação desta resolução prejudicaria ainda mais a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, constituiria uma violação grosseira do direito internacional, colocaria em questão o compromisso declarado da Rússia de continuar a se envolver na diplomacia para alcançar uma resolução pacífica desta crise", disse Blinken.
O secretário dos EUA também afirmou que a medida "necessitaria de uma resposta rápida e firme dos Estados Unidos em total coordenação com nossos aliados e parceiros".
A medida da Duma, se aprovada, pode inflamar um impasse mais amplo sobre uma escalada militar russa perto da Ucrânia que tem alimentado temores ocidentais de que Moscou possa atacar. A Rússia nega qualquer plano de invasão e acusou o Ocidente de histeria.
O reconhecimento das regiões autodeclaradas pode matar o processo de paz de Minsk no leste da Ucrânia, onde um conflito na região conhecida como Donbass entre forças do governo e separatistas apoiados por Moscou custou 15.000 vidas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Putin "tomou nota" do pedido do Parlamento, mas que não estaria em linha com os acordos de Minsk de 2014-15 destinados a encerrar o conflito.
(Reportagem de Doina Chiacu)