Por Julia Payne e Dmitry Zhdannikov
LONDRES (Reuters) - Os Estados Unidos orientaram empresas de comércio e refino de petróleo por todo o mundo a reduzir ainda mais as transações com a Venezuela, sob o risco de enfrentarem elas próprias sanções, mesmo se as operações não sejam proibidas por sanções norte-americanas em vigor, disseram três fontes com conhecimento do assunto.
A medida acontece no momento em que os esforços de Washington para depor o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, beneficiando o líder da oposição Juan Guaidó estão estagnados, e é uma evidência adicional de como os Estados Unidos estão dependendo de empresas estrangeiras para conduzir sua política externa.
Os Estados Unidos impuseram novas sanções contra a indústria petroleira da Venezuela no início deste ano, mas algumas companhias têm continuado a abastecer o país com combustível da Índia, Rússia e Europa.
Washington está particularmente interessado em interromper o fornecimento de gasolina e de produtos refinados usados para diluir o pesado petróleo venezuelano, o tornando apto para exportação. Combustíveis para aviões e o diesel estariam isentos por razões humanitárias, segundo as fontes.
A Agência de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac) do Tesouro dos EUA anunciou no início de fevereiro a proibição do uso de seu sistema financeiro para transações de petróleo com a Venezuela a partir de abril.
Mas, ainda esta semana, o Departamento de Estado procurou empresas estrangeiras para dizer que o escopo das sanções é mais amplo.
Segundo as fontes, o Departamento de Estado deixou claro que qualquer tipo de transação de petróleo, seja ela direta, indireta ou permuta, seria considerada uma violação das sanções.
A Ofac não respondeu de imediato a pedidos por comentário.