Por Keith Zhai e Hallie Gu
CINGAPURA/PEQUIM (Reuters) - A China pode remover tarifas extras impostas desde o ano passado sobre produtos agrícolas dos Estados Unidos para facilitar o caminho para os importadores chineses comprarem até 50 bilhões de dólares em bens, em vez de direcioná-los a comprar quantias específicas, disse uma associação comercial apoiada pelo governo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse neste mês que a China prometeu gastar entre 40 bilhões e 50 bilhões de dólares em produtos agrícolas norte-americanos anualmente, como parte de um acordo para acabar com uma guerra comercial que começou no ano passado.
Mas a demanda tornou-se um importante ponto de discórdia nas negociações comerciais bilaterais, já que Pequim deseja comprar com base nas condições do mercado, em vez de se comprometer com um número grande e um prazo específico.
"O que o governo pode fazer é remover as tarifas extras, os dois lados precisam fazer isso. Em seguida, deixe as empresas fazerem compras com base em sua própria vontade e com base nas regras do mercado", disse à Reuters Cao Derong, presidente da Câmara de Comércio da Importação & Exportação de Gêneros Alimentícios, Produtos Nativos e Subprodutos Animais da China (CFNA, na sigla em inglês).
Pequim adotou em julho do ano passado tarifas de 25% sobre uma lista de produtos norte-americanos como seja e outros grãos, em resposta a tarifas que os EUA adotaram sobre produtos chineses em um valor similar. A China aumentou algumas tarifas de novo em setembro deste ano.
Cao acrescentou que isso criaria condições para um ambiente comercial "conveniente" e "bom", em vez de obrigar as empresas a comprar uma certa quantidade de produtos durante um período de tempo determinado.
Embora a China possa intensificar as compras com base nas condições do mercado, a meta de 40 bilhões a 50 bilhões de dólares é "muito alta", acrescentou, e não pode ser garantida.