Por Jarrett Renshaw
NOVA YORK (Reuters) - Mais de duas dúzias de pequenas refinarias dos Estados Unidos estão buscando isenções da lei de biocombustíveis do país, um número anormalmente elevado que reflete a crescente resistência da indústria do petróleo ao programa, de acordo com fontes com conhecimento do tema.
Os pedidos, feitos à Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), aumentam a pressão sobre o governo do presidente Donald Trump para ajudar uma indústria que se queixa que o Padrão de Combustível Renovável dos EUA (RFS, em inglês) custa bilhões de dólares ao ano ao exigir que refinarias misturem crescentes volumes de biocombustíveis, como etanol produzido do milho, na gasolina e diesel do país.
A Philadelphia Energy Solutions, maior refinaria da Costa Leste dos EUA, declarou falência na segunda-feira e culpou o programa por suas dificuldades financeiras.
Enquanto a Casa Branca e o chefe da EPA, Scott Pruitt, expressam preocupações com refinarias e mediam conversas entre representantes da indústria e o lobby do etanol, até o momento se aliaram em grande parte com Estados produtores de milho onde há ampla maioria republicana.
As fontes disseram que a EPA está atualmente revisando 27 pedidos de isenções de pequenas refinarias, cobrindo diversos anos. Elas disseram que mais refinarias fizeram pedidos neste ano do que o comum, encorajadas pela postura anti-regulatória do governo Trump, assim como decisões judiciais recentes que ampliaram os critérios da EPA para garantir isenções.
A EPA possui a autoridade para isentar do programa refinarias com capacidade inferior a 75 mil barris ao dia caso a companhia possa comprovar dificuldades financeiras, mas a agência foi relutante em fazer isso no passado.
Nos quatro anos até 2016, a EPA isentou um total de 29 pequenas refinarias – menos do que oito ao ano em média, de acordo com dados fornecidos à Reuters pela EPA em resposta ao pedido da lei de liberdade de informação.
Há 53 refinarias nos Estados Unidos com capacidade de menos de 75 mil barris ao dia, e seus proprietários incluem algumas das maiores companhias de petróleo do país, como a Chevron e a Andeavor (no passado Tesoro).
Um porta-voz da EPA se negou a comentar.