SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de carne bovina (in natura e processada) do Brasil alcançaram 1,985 milhão de toneladas entre janeiro e outubro, alta de 23% em relação ao mesmo período do ano passado puxada pelo aumento firme nas compras da China, mostraram dados da associação de frigoríficos Abrafrigo nesta segunda-feira.
Segundo o levantamento, com base em dados compilados do governo federal, a receita aumentou ainda mais, diante de preços em torno de 15% mais elevados. O faturamento com os embarques no acumulado do ano subiu 42%, para 11,37 bilhões de dólares.
De janeiro até outubro, a China proporcionou uma receita de 6,981 bilhões de dólares com suas importações da proteína brasileira, contra 3,875 bilhões um ano antes, disse a Abrafrigo.
O volume adquirido foi de 1.054.281 toneladas de carne bovina, enquanto que, no mesmo período de 2021, as importações foram de 721.994 toneladas.
"No ano passado, a China representava 48,4% das vendas de carne bovina brasileira ao exterior e, neste ano, já representa 61,4%. Isso sem contar mais 82.350 tonenaldas de Hong Kong que proporcionaram 290,3 milhões de dólares de receitas", disse a associação.
Somente no mês de outubro, as vendas externas de carne bovina do Brasil alcançaram no total 1,225 bilhão de dólares, 126% maiores em relação a outubro de 2021, quando o embarque para a China estava suspenso por casos atípicos da doença "vaca louca" no Brasil.
O volume total exportado no mês passado foi de 234 mil toneladas, crescimento de 116% em relação a outubro do ano anterior, de acordo com a Abrafrigo.
PREÇOS
Os preços médios da carne exportada neste ano estão em 5.727,63 dólares por tonelada (+15,2% ante 2021).
Contudo, a associação alerta que os valores iniciaram tendência de queda a partir de junho de 2022, quando alcançaram 6.490,28 dólares por tonelada, acumulando queda de 19,4% em 4 meses.
"No caso da China, maior compradora da carne bovina brasileira, os preços médios de exportação passaram de 7.311 dólares por tonelada em junho de 2022 para 6.100 dólares em outubro de 2022 (-16,6%)."
Segundo representantes do setor ouvidos pela Reuters, os importadores chineses estão renegociando contratos de exportação, o que tem acarretado, inclusive, a queda da arroba bovina no Brasil.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)