SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de carne bovina do Brasil (considerando in natura e processados) avançaram 17% em janeiro no comparativo anual, para 183.817 toneladas, impulsionadas pela demanda chinesa, mas a receita cresceu em proporção menor diante de preços mais baixos pagos pelo produto embarcado, disse nesta quinta-feira a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
O faturamento com as exportações atingiu 851,2 milhões de dólares no período, aumento de 7% em relação a janeiro de 2022, informou a entidade com base em dados do governo federal.
Isso porque o preço médio da proteína passou de 5.069 dólares por tonelada em janeiro de 2022 para 4.630 dólares por tonelada no mês passado, queda de 8,6%.
"As renegociações de contratos que a China vem promovendo nas suas compras de carne bovina foi o que mais contribuiu para essa redução, levando a uma queda em valor dos 6.204 dólares pagos (pelos chineses) por tonelada em janeiro de 2022 para 4.845 dólares por tonelada em janeiro de 2023", alertou a entidade no comunicado.
As importações da China representaram 57% do volume total exportado pelo Brasil no mês passado, com receita de 485,3 milhões de dólares e 100.164 toneladas adquiridas. Um ano antes, o país havia comprado 53.170 toneladas, com receita de 329,8 milhões de dólares, representando 41,3% do total do mês.
Os Estados Unidos figuraram como o segundo maior comprador da carne bovina brasileira, apesar de terem diminuído suas aquisições. A receita de vendas ao país ficou em 79,7 milhões de dólares (-18%) para uma movimentação de 15.296 toneladas (-11%).
SUÍNOS
No mercado de suínos, o Brasil exportou 89,2 mil toneladas em janeiro, alta de 19,6% ante igual período do ano anterior, disse nesta quinta-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Em receita, as vendas do setor alcançaram 212,4 milhões de dólares neste ano, desempenho 32,1% superior ao registrado em janeiro do ano passado.
“As elevações dos embarques para a China e Hong Kong atestam a permanência da demanda por produtos brasileiros no maior mercado consumidor de carne suína do planeta, mantendo o comportamento verificado no segundo semestre de 2022, e que deve se manter em 2023", disse em nota o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.
A China segue na liderança como compradora com 41,6 mil toneladas, alta de 32,5%, enquanto Hong Kong importou 7,1 mil toneladas (+5,5%).
(Reportagem de Nayara Figueiredo)