SÃO PAULO (Reuters) - As exportações brasileiras de carne bovina (in natura e processada) devem crescer 5 por cento em volume neste ano em meio a uma esperada retomada de compras pela Rússia, disse nesta segunda-feira a Abrafrigo, que apontou embarques recordes de 1,639 milhão de toneladas em 2018.
De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos, que compilou números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os envios brasileiros no ano passado superaram em 10 por cento o total de 2017. Em receita, houve incremento de 8 por cento, para 6,5 bilhões de dólares.
O volume movimentado no ano passado superou o recorde anterior, de 1,56 milhão de toneladas, estabelecido em 2014. Mas a receita ficou aquém dos 7,2 bilhões de dólares daquele ano, que teve "melhores preços para o produto brasileiro".
Conforme a Abrafrigo, os russo adquiriram apenas 7 mil toneladas de carne bovina do Brasil em 2018, após 150 mil em 2017. O embargo se deveu a lotes contendo o aditivo ractopamina, proibido naquele país.
Mas, segundo a associação, um aumento das compras por parte da China compensou a ausência dos russos. Foram 150 mil toneladas a mais em 2018, em um total de 717,5 mil toneladas, com o país importando por Hong Kong e pelo continente 43,8 por cento de toda a comercialização brasileira, contra 38,2 por cento em 2017.
O Egito aumentou suas aquisições em 18 por cento, ficando na segunda posição entre os países importadores, com 181,1 mil toneladas. Em terceiro aparece o Chile, com quase 115 mil toneladas (+77 por cento).
Segundo a associação, além da Rússia, Irã e Estados Unidos tiveram queda significativa nas importações, de 40 e 16 por cento, respectivamente.
(Por José Roberto Gomes)