Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de soja do Brasil aumentou 25% no mês passado na comparação com abril de 2022, com o país escoando uma safra recorde, embora integrantes do mercado tenham citado nas últimas semanas que a demanda da China está aquém do esperado.
O maior produtor e exportador global de soja exportou 14,34 milhões de toneladas de soja em abril, versus 11,47 milhões de toneladas no mesmo mês do ano passado.
O volume total embarcado no acumulado do ano até abril agora supera em 3,4% o mesmo período de 2022, conforme os dados do governo.
O total exportado no mês passado ainda ficou cerca de 1 milhão de toneladas acima do total registrado pelo país em março.
Com o volume embarcado em abril, a quantidade de soja exportada pelo Brasil no primeiro quadrimestre do ano somou 33,47 milhões de toneladas, com base em dados preliminares do governo para o mês passado.
Esse volume supera o total registrado nos quatro primeiros meses de 2022 (32,37 milhões de toneladas) --até o final do primeiro trimestre, havia uma queda de 8,5%.
Para 2023, a expectativa é de que o Brasil exporte 96 milhões de toneladas de soja, segundo estimativa reafirmada nesta terça-feira pela consultoria StoneX, versus 78,7 milhões no ano anterior, quando a safra foi menor por conta de uma seca e de área plantada inferior.
A consultoria citou mais cedo, durante evento em Nova York, riscos de o atraso das vendas de soja resultarem em maiores gargalos logísticos para exportações agrícolas do Brasil, uma vez que grandes embarques da oleaginosa nos próximos meses poderão coincidir com o momento de pico para o açúcar, cuja produção também será grande em 2023.
A exportação de açúcar bruto do Brasil em abril ficou próxima de 1 milhão de toneladas, mas cerca de 300 mil toneladas abaixo do total registrado no mesmo período do ano passado.
Os embarques de café também recuaram na comparação anual, mas exportações de minério de ferro e petróleo avançaram.