(Reuters) - Em um primeiro semestre de queda nas exportações do Brasil, as vendas externas do agronegócio brasileiro, que também estão em baixa este ano, ganharam fatia na pauta exportadora do país, apontou nesta sexta-feira estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O agronegócio brasileiro teve, no primeiro semestre de 2015, sua maior participação nas exportações nos últimos seis anos, respondendo por 45,9 por cento das vendas externas totais do país, com 43,3 bilhões de dólares de janeiro a junho.
No período, segundo dados da CNA e do governo, as exportações do agronegócio recuaram 11,8 por cento, enquanto as vendas externas totais do país tiveram retração de 14,7 por cento, para 94,329 bilhões de dólares, em meio a preços mais baixos e redução no volume embarcado, num ambiente macroeconômico mais difícil.
Juntos, sete produtos do agronegócio geraram 28,6 bilhões de dólares em receita, com os embarques representando 30,3 por cento do total exportado pelo país nos primeiros seis meses de 2015, segundo a CNA.
O principal destaque foi a soja em grão, com 12,5 bilhões de dólares em vendas. A oleaginosa tradicionalmente é o principal produto do agronegócio brasileiro e este ano deverá liderar a pauta de exportação do Brasil, segundo estudo de associação de exportadores (AEB), superando o minério de ferro.
"Apesar da queda de 22 por cento na receita (da soja), se comparada ao mesmo período de 2014, houve aumento de 1,2 por cento no volume de vendas", pontuou boletim da CNA.
Outros produtos com maior geração de divisas no primeiro semestre foram farelo de soja (2,98 bilhões de dólares), carne de frango (2,97 bilhões) e café em grão (2,86 bilhões), segundo citação da CNA.
(Por Natália Scalzaretto; edição de Roberto Samora)