COPENHAGEN (Reuters) - A Vestas, maior fabricante de turbinas de energia eólica do mundo, afirmou nesta terça-feira que espera uma desaceleração no próximo ano nos Estados Unidos, seu principal mercado, o que roubou as atenções do robusto resultado da companhia no terceiro trimestre e da melhoria nas projeções de vendas para este ano.
A companhia dinamarquesa e suas rivais têm se beneficiado de um novo foco em energias renováveis encorajado pelo Acordo de Paris sobre mudanças climáticas assinado em dezembro passado e por uma extensão por cinco anos de um programa de créditos tributários nos EUA.
No entanto, enquanto a prorrogação dos créditos nos EUA é positiva para a indústria eólica, a Vestas disse que a medida poderia atingir seus negócios no país no curto prazo porque ela dá mais tempo para que os investidores construam suas usinas, reduzindo a pressão pela implementação dos projetos em 2017.
"O que antecipamos de gerentes nos EUA e com nossa visão externa desse mercado é que o nível de atividade nos EUA vai cair no próximo ano", disse a diretora financeira Marika Fredriksson, em entrevista à Reuters por telefone.
As ações da companhia caíam mais de 8 por cento às 11:26 (horário de Brasília), após terem subido até 4 por cento no início da sessão, quando a Vestas disse que quase dobrou o lucro ajustado do terceiro trimestre, para 433 milhões de euros, ante expectativa de 312 milhões de euros apontada por analistas consultados pela Reuters.
A Vestas disse que 2016 provou-se um ano "extraordinário" e que agora espera que as vendas cresçam para entre 10 bilhões de euros e 10,5 bilhões de euros neste ano, ante um guidance anterior de no mínimo 9,5 bilhões. Já a margem da operação é vista agora em entre 13 e 14 por cento no ano, ante 12,5 por cento no guidance anterior.