SÃO PAULO/PARIS (Reuters) - A safra de soja 2018/19 do Brasil, em fase final de colheita, deve alcançar 115,7 milhões de toneladas, projetou nesta segunda-feira a INTL FCStone, em um aumento ante os 113 milhões considerados no mês passado, conforme uma produção recorde no Rio Grande do Sul atenua as perdas provocadas pela seca em outras áreas.
Como resultado da maior oferta, a consultoria também elevou sua perspectiva para as exportações brasileiras da oleaginosa neste ciclo, a 71,5 milhões de toneladas, de 70 milhões anteriormente.
"Por enquanto, os embarques da oleaginosa estão bastante aquecidos, mas destaca-se que esse número ainda pode sofrer mudanças significativas, em decorrência principalmente do andamento das negociações comerciais entre Estados Unidos e China", ponderou a analista Ana Luiza Lodia, da INTL FCStone.
Maior exportador mundial de soja, o Brasil plantou uma área histórica de cerca de 36 milhões de hectares com a commodity em 2018/19. E o prognóstico era de uma safra recorde superior a 120 milhões de toneladas, mas o tempo quente e seco entre dezembro e janeiro, em especial no Paraná e em Mato Grosso do Sul, levou o mercado a revisar suas previsões.
A regularização climática a partir de fevereiro beneficiou as lavouras de ciclo mais tardio, em especial Rio Grande do Sul e a fronteira agrícola do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). A safra gaúcha, por exemplo, deve alcançar quase 21 milhões de toneladas, segundo a INTL FCStone.
Mesmo assim, os 115,7 milhões de toneladas estimados para 2018/19 ficariam aquém dos 119,3 milhões de toneladas observados na temporada anterior, conforme dados da consultoria.
MILHO
A INTL FCStone elevou também sua previsão para a safra de milho 2018/19 Brasil, a um total de 94,39 milhões de toneladas, de 93,84 milhões anteriormente.
Para a segunda safra, em fase de plantio e colhida em meados do ano, a projeção passou de 65,84 milhões de toneladas para 66,4 milhões no mês passado. A área plantada segue estimada em torno de 12 milhões de hectares.
Conforme Ana Luiza, o reajuste para cima levou em conta o cenário de melhor produtividade no Paraná, que passou a 5,80 toneladas por hectare, ante 5,56 toneladas vistas no mês passado.
Em relação às exportações do cereal, a INTL FCStone mantém a estimativa de 32 milhões de toneladas em 2018/19, um recorde histórico.
(Por José Roberto Gomes, em São Paulo, e Gus Trompiz, em Paris)