Brasília, 15 mar (EFE).- O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, admitiu nesta quinta-feira que há "uma grande confusão" nas negociações entre os parlamentares sobre a autorização da venda de cerveja nos estádios da Copa do Mundo de 2014, como exige a Fifa.
"Há uma grande confusão", declarou Maia um dia depois que a Câmara decidiu adiar até a próxima semana a votação da lei que regulará todas as questões relativas ao torneio que será disputado no Brasil.
Maia admitiu que a venda de cerveja nos estádios, que é proibida por lei no país, é o ponto de maior conflito na Câmara dos Deputados, visto que um grande número de parlamentares se opõe a liberar o consumo durante a Copa por considerar que representaria uma "entrega" da soberania nacional.
O líder descartou que o atraso do debate parlamentar possa piorar ainda mais o clima com a Fifa, cujo presidente, Joseph Blatter, será recebido nesta sexta-feira pela chefe de Estado, Dilma Rousseff.
Maia também ressaltou que os deputados votarão "de forma independente", em função do debate realizado no Congresso de todas as questões relativas à Copa.
Nesta quarta-feira, quando foi decidido adiar a votação até a próxima semana, a bancada governista levantou a hipótese de que o artigo referente à cerveja nos estádios seja retirado do texto, de modo a facilitar sua aprovação.
"Se não for incluída no texto a liberação expressa da venda de bebidas, os entes federados (os estados) poderão fazer negociações próprias para definir no âmbito estadual se haverá ou não a venda", indicou o chefe da bancada governista na Câmara, Arlindo Chinaglia.
No entanto, o próprio governo descartou essa proposta e ressaltou, por meio de uma nota oficial divulgada pelo Ministério do Esporte, que a venda de cerveja nos estádios faz parte dos compromissos que o país assumiu com a Fifa quando aceitou organizar a Copa.
Segundo a imprensa, que cita fontes da Fifa, os atrasos na aprovação da lei e em muitas obras, assim como o debate em torno da venda de cerveja nos estádios, serão tratados nesta sexta-feira por Blatter na reunião que manterá com Dilma.
Esse encontro será o primeiro entre autoridades do país e da entidade desde a polêmica gerada por declarações do vice-presidente da Fifa, Jérome Valcke, que afirmou que os organizadores da Copa mereciam um "chute no traseiro" por seus atrasos em obras e na aprovação da lei. EFE