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Futuros de algodão ainda apresentam ganhos após declaração do Ministro da Agricultura da Índia

Publicado 06.03.2012, 10:07
Investing.com – Os contratos futuros de algodão refizeram ganhos nesta terça-feira, saindo de uma alta de três semanas, depois que o ministro da Agricultura da Índia exigiu o cancelamento da proibição das exportações indianas de algodão, que alimentaram uma recuperação de 4,5% na sessão anterior.

Na ICE Futures Exchange, os contratos futuros de algodão para entrega em maio foram negociados a US$ 0,9239 por libra-peso, durante as negociações europeias da tarde, avançando 0,21%.

Anteriormente, os futuros subiram até 2%, para negociação a US$ 0,9416 por libra-peso, a maior alta desde 15 de fevereiro.

Os contratos futuros de algodão apresentaram acentuada alta durante o pregão asiático, à medida que os mercados continuaram digerindo as notícias acerca de uma proibição inesperada na exportação indiana, na segunda-feira, pela segunda vez em quase dois anos.

O anúncio surpresa alimentou temores sobre um abastecimento global mais restrito e fez os preços do algodão subirem.

Mas os futuros recuaram das altas após o ministro da Agricultura da Índia, Sharad Pawar, ter informado que solicitou o cancelamento da proibição nas exportações, menos de 24 horas após o anúncio do movimento.

“Levantei o assunto com o primeiro-ministro. É altamente censurável e cabe ao primeiro-ministro agora a analisá-lo”, disse Pawar.

De acordo com o secretário da área têxtil, um comitê do governo discutirá a proibição na sexta-feira.

A produção de algodão na Índia deverá atingir um recorde de 34,5 milhões de fardos na temporada de comercialização 2011-12, em comparação a 33,9 milhões de fardos na do ano passado.

De acordo com a Federação do Algodão da Índia, o país, segundo maior exportador mundial de algodão depois dos EUA, já exportou cerca de 9,5 milhões de fardos na comercialização atual.

Os números estão bem acima da previsão do governo para o ano inteiro, 8,4 milhões de fardos, porque os exportadores aproveitaram o preço diferenciado em meio a forte demanda externa, especialmente a da China.

A China é responsável por mais de 70% das exportações do algodão indiano.

Também pesando sobre os preços, a IntercontinentalExchange, operadora da ICE Futures Exchange, levantou a quantidade de dinheiro que os traders devem depositar para posições especulativas, anunciou a empresa no final da segunda-feira.

A ICE aumentou a margem inicial em mais de 76%, tirando os pequenos investidores do mercado, uma vez que ela aumenta o custo para as negociações de contratos de futuros.

Enquanto isso, as commodities agrícolas foram afetadas por influências externas nesta terça-feira, já que os mercados continuaram se preocupando com uma desaceleração econômica na China.

Uma desaceleração muito grande na China, segunda maior economia do mundo, pode prejudicar o crescimento global, que, por sua vez, já está hesitante em virtude da crise da dívida da Europa.

Dados divulgados no início do dia confirmaram que a economia da zona euro contraiu 0,3% nos três últimos meses de 2011.

Enquanto isso, persistiram as preocupações com a dívida grega antes do prazo final, 8 de março, que os detentores de títulos têm para aderir ao acordo nos termos do qual eles vão trocar os seus títulos públicos atuais da Grécia por novos títulos, em um acordo de troca.

A demanda por algodão, como uma commodity agrícola não alimentícia, é vista como mais intimamente associada às condições econômicas e de confiança do consumidor do que às outras safras agrícolas.

Na ICE Futures Exchange, os futuros de café para entrega em maio recuaram 0,55%, para negociação a US$ 2,0035 por libra-peso, enquanto os futuros de açúcar para entrega em maio caíram 1,2%, para negociação a USD 0,2432 por libra-peso.

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