Investing.com - Os preços do ouro operaram em forte alta na sexta-feira, encerrando a sessão perto de uma alta de três semanas após dados terem mostrado que a economia dos EUA cresceu a um ritmo mais lento do que o esperado no segundo trimestre, o que levou os participantes do mercado a reverter as expectativas para um aumento das taxas por parte do Banco Central dos EUA (Fed).
Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os futuros do ouro, com vencimento em dezembro, atingiram uma alta diária de US$ 1.362,00 por onça-troy, o nível mais alto desde 11 de julho, antes de serem negociados em US$ 1.357,50 no fechamento do pregão, subindo US$ 16,30, ou 1,22%.
A leitura do PIB do segundo trimestre mostrou uma taxa de crescimento anualizada de 1,2%, bem abaixo das expectativas de 2,6%, de acordo com o Departamento de Comércio na sexta-feira. O PIB do primeiro semestre foi revisado em queda de 0,8%, de 1,1%.
Os dados decepcionantes diminuíram a ameaça de um aumento das taxas de juros do Banco Central dos EUA (Fed). Os futuros de fundos do Fed apostaram em uma possibilidade de 12% de um aumento da taxa em setembro na sexta-feira. A probabilidade em dezembro ficou 33%, abaixo de 43% um dia antes e em comparação com 53% no início da semana.
O índice do dólar, que avalia a força do dólar norte-americano em comparação com a cesta das seis principais moedas, foi negociado em uma baixa de cinco semanas de 95,34, após o relatório do PIB.
Na sexta-feira, o índice ficou em 95,53, uma queda de 1,2% para o dia e 2,1% para a semana, e meio a menores expectativas para um aumento das taxas do Banco Central dos EUA (Fed) nos próximos dois meses.
Geralmente, a fraqueza do dólar beneficia o ouro já que ela aumenta o apelo do metal como um bem alternativo e deixa as commodities em dólar mais baratas para os detentores de outras moedas.
O Fed manteve as taxas de juros inalteradas na quarta-feira e disse que os riscos de curto prazo quanto às perspectivas econômicas dos EUA diminuíram. No entanto, o banco central não chegou a sinalizar que um novo aumento das taxas de juros nos EUA deva ocorrer neste ano.
O ouro é sensível a movimentos nos juros norte-americanas. Um aumento gradual das taxas é visto como uma ameaça menor para os preços do ouro do que uma série rápida de aumentos.
Na semana, o ouro subiu US$ 33,30, ou 1,96%, quebrando uma série de derrotas de duas semanas. O ouro encerrou o mês de julho com um ganho de 3%.
Até o momento o metal precioso subiu quase 26%, impulsionado pelas preocupações com o crescimento mundial e expectativas de um estímulo monetário.
Os preços foram negociações em uma alta de mais de dois anos de US$ 1.377,50 no início de julho, uma vez que as preocupações em torno do crescimento mundial na sequência da votação que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia resultaram na busca dos investidores por ativos de refúgio.
Também na Comex, os futuros de prata com vencimento em setembro subiram 15,5 centavos, ou 0,77%, para US$ 20,34 por onça-troy na sexta-feira. Na semana, os futuros de prata avançaram 46,5 centavos, ou 1,57%, com seus ganhos em julho chegando em 9,7%.
Enquanto isso, nas negociações de metais, o cobre com vencimento em setembro subiu 1,2 centavos, ou 0,57%, para US$ 2,221 por libra na sexta-feira. Na semana, os preços do cobre negociados em Nova York caíram 2,0 centavos, ou 0,63%.
Nesta semana, os investidores vão continuar se concentrando nos relatórios econômicos dos EUA para medir se a maior economia do mundo está forte o suficiente para resistir a um novo aumentos das taxas nos próximos meses, com foco nos dados na sexta-feira sobre as folhas de pagamento (NFP). Os EUA também divulgarão dados do ISM sobre a atividade do setor de manufatura e serviços.
O anúncio da taxa do Banco de Inglaterra vai estar em foco na quinta-feira, em meio a maiores expectativas de que o banco central vai intensificar o estímulo monetário para neutralizar o choque econômico negativo oriundo da votação do Brexit.
Em outros lugares, na China, os participantes do mercado também estão aguardando dados sobre o setor industrial, em meio a preocupações com a saúde da segunda maior economia do mundo.
Antecipando-se à próxima semana, a Investing.com compilou uma lista de eventos significativos que podem afetar os mercados.
Segunda-feira, 1 de agosto
A China deve publicar seus PMIs oficiais sobre manufaturados e não manufaturados e o índice Caixin para o setor de manufatura.
O Reino Unido deve divulgar dados sobre a atividade industrial.
Mais tarde, o Institute of Supply Management (ISM) deve divulgar dados sobre a atividade manufatureira nos EUA.
Terça-feira, 2 de agosto
O Banco Central da Austrália publicará sua decisão de taxa de juros.
O Reino Unido deve divulgar dados sobre a atividade do setor de construção.
Os EUA devem divulgar o relatório sobre renda e gastos pessoais.
Quarta-feira, 3 de agosto
A China deve publicar o índice Caixin para o setor de serviços.
O Reino Unido deve divulgar dados sobre a atividade do setor de serviços.
Mais tarde, os EUA devem divulgar o relatório mensal sobre o relatório NFP (nonfarm payrolls) da ADP e o ISM publicaá seu índice não industrial.
Quinta-feira, 4 de agosto
O Banco da Inglaterra deve anunciar sua decisão sobre a política monetária e publicar as atas da reunião de política. O banco central também produzirá seu relatório trimestral sobre a inflação. O presidente do BoE, Mark Carney, participará de uma coletiva financeira.
Os EUA devem divulgar dados sobre os pedidos iniciais de auxílio-desemprego e pedidos às fábricas.
Sexta-feira, 5 agosto
O Banco Central da Austrália (RBA) deve publicar sua declaração de política monetária, que fornece uma visão sobre as condições econômicas e de inflação do banco.
O Canadá divulgará seu relatório mensal sobre empregos e dados sobre a balança comercial.
Os EUA devem resumir a semana com o relatório atentamente observado sobre o indicador NFP (nonfarm payrolls).