Investing.com - Os futuros de ouro atingiram na sexta-feira o nível mais baixo em mais de três meses, uma vez que dados robustos sobre o indicador NFP (nonfarm payrolls) dos EUA impulsionaram as expectativas de que o Banco Central dos EUA começará a elevar as taxas de juros mais cedo do que o esperado.
Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o ouro com vencimento em abril atingiu uma baixa intradiária de US$ 1.162,90 por onça-troy, um nível não visto desde 1 de dezembro, antes de encerrar o dia em US$ 1.164,30 no fechamento do pregão, caindo US$ 31,90 ou 2,67%.
Foi a maior perda diária desde dezembro de 2013 e ajudou a acabar com os ganhos que o metal precioso acumulou até o momento este ano.
Na semana, o ouro perdeu US$ 49,50, ou 4,02%, o pior declínio desde o final de outubro.
Espera-se que os futuros encontrem suporte em US$ 1.141,70, a baixa de 1 de dezembro, e resistência em US$ 1.208,90, a alta de 5 de março.
O Departamento do Trabalho dos EUA informou que a economia norte-americana gerou 295.000 postos de emprego em fevereiro, muito mais do que os 240.000 projetados pelos economistas, ao passo que a taxa de desemprego caiu de 5,7% para 5,5% em janeiro, o nível mais baixo desde maio de 2008.
O relatório robusto sobre o emprego alimentou as expectativas de que o Banco Central dos EUA (Fed) começará a elevar a taxa de juros até junho.
As expectativas de uma taxa de empréstimo maior no futuro é algo considerado pessimista para o ouro, uma vez que o metal precioso se esforça para competir com ativos de alto rendimento, quando as taxas de juros estão em ascensão.
O índice do dólar, que mede a força do dólar norte-americano em relação à cesta das seis principais moedas, saltou 1,39%, para 97,74 na tarde de sexta-feira, o nível mais alto desde setembro de 2003.
Um dólar norte-americano mais forte geralmente pesa sobre o ouro, porque a moeda diminui o apelo do metal como um ativo alternativo e torna as commodities negociadas em dólar mais caras para os detentores de outras moedas.
Enquanto isso, o euro afundou para uma baixa de 11 anos em relação ao dólar norte-americano, após o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ter confirmado na segunda-feira que o banco começará a comprar títulos públicos da zona do euro sob o seu novo programa de flexibilização quantitativa (QE).
As compras mensais de ativo combinadas somarão € 60 bilhões por mês e espera-se que o programa dure até setembro de 2016.
Também na Comex, a prata com vencimento em maio caiu 35,1 centavos, ou 2,17%, na sexta-feira, ficando em US$ 15,80 por onça-troy no fechamento do pregão. Os preços atingiram uma baixa diária de US$ 15,74, o nível mais fraco desde 5 de janeiro.
Os futuros de prata de maio contraíram 76,8 centavos, ou 4,54%, na semana, acompanhando a fraqueza do ouro.
Enquanto isso, o cobre para maio caiu 4,3 centavos, ou 1,64%, na sexta-feira, encerrando a semana em US$ 2,609 por libra-peso, o nível mais baixo desde 24 de fevereiro.
Na semana, o cobre da Comex caiu 9,0 centavos, ou 3,08%, em meio a preocupações contínuas com a saúde da economia da China.
A nação asiática é o maior consumidor mundial de cobre, respondendo por quase 40% do consumo mundial no ano passado.
No domingo, a China divulgou um superávit comercial de US$ 60,6 bilhões no período janeiro-fevereiro, em comparação com as expectativas de um superávit de US$ 10,8 bilhões, e acima de um superávit de US$ 60,0 bilhões em janeiro.
No mês passado, as exportações chinesas subiram 48,3% em comparação com o ano passado, ficando acima das expectativas de um ganho de 14,2%, ao passo que as importações recuaram 20,5%, bem pior do que as projeções de um declínio de 10,0%.
Nesta semana, os mercados estarão focando as negociações da dívida da Grécia a serem conduzidas pelos ministros das finanças da zona do euro em Bruxelas, na segunda-feira, ao passo que o relatório de quinta-feira sobre as vendas no varejo dos EUA também serão atentamente observados em busca de mais indicações sobre a força da recuperação econômica.
Antecipando-se à próxima semana, a Investing.com compilou uma lista desses e de outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Segunda-feira, 9 de março
O Eurogrupo deve realizar uma reunião em Bruxelas para discutir as opções de financiamento à Grécia.
Terça-feira, 10 de março
A China deve divulgar um relatório sobre o índice de preços ao consumidor e ao produtor.
Quarta-feira, 11 de março
A China deve publicar relatórios sobre a produção industrial e investimento em ativos fixos.
Quinta-feira, 12 de março
Os EUA devem produzir dados sobre as vendas do varejo e pedidos novos de seguro desemprego.
Sexta-feira, 13 de março
Os EUA devem resumir a semana com dados sobre o índice de preços ao produtor e dados sobre o sentimento do consumidor.