Investing.com - Os preços do petróleo caíram na sexta-feira e atingiram o nível mais baixo desde 2009, uma vez que os investidores aumentaram suas posições vendidas em uma aposta em preços baixos nos dias que precedem o ano novo, em meio a preocupações com o crescente aumento nas reservas de petróleo.
Na ICE Futures Exchange de Londres, os futuros de petróleo Brent com vencimento em janeiro atingiram uma baixa de US$ 61,35, um nível não visto desde julho de 2009, antes de ficarem em US$ 61,85, caindo US$ 2,21, ou 3,48%.
Na semana, o contrato Brent de janeiro perdeu US$ 7,22, ou 10,45%, o terceiro declínio semanal consecutivo.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o petróleo bruto dos EUA com vencimento em janeiro caiu US$ 2,14 na sexta-feira, ou 3,57%, encerrando a semana em US$ 57,81 por barril, após atingir uma baixa diária de US$ 57,40, o nível mais fraco desde maio de 2009.
Na semana, os futuros de petróleo negociados em Nova York afundaram US$ 8,03, ou 12,19%, a terceira perda semanal consecutiva.
O spread entre os contratos Brent e de petróleo WTI ficou em US$ 4,04 por barril no fechamento das negociações de sexta-feira, em comparação com US$ 3,23 na semana anterior.
A Agência Internacional de Energia (IEA), a Administração de Informações de Energia (EIA) dos EUA e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reduziram suas estimativas de crescimento da demanda de petróleo durante a semana, alimentando preocupações com uma desaceleração na demanda global.
Na sexta-feira, a IEA reduziu sua previsão de crescimento da demanda mundial de petróleo de 2015 em 230 mil barris por dia, para 0,9 milhão de barris.
“Se não houver uma resposta à produção desordenada, é possível que leve algum tempo para que a oferta e procura respondam aos preços”, disse a IEA em seu relatório.
Enquanto isso, o relatório mensal da OPEP, divulgado na quarta-feira, projetou que a demanda mundial pelo petróleo do grupo cairá para 28,9 milhões de barris por dia no ano que vem, o nível mais bixo em 12 anos, e abaixo dos 29,4 milhões de barris por dia em 2014.
As realizações de lucros se intensificaram após a OPEP ter decido manter sua meta de produção de 30 milhões de barris por dia em 27 de novembro, decepcionando as esperanças de que o cartel de petróleo reduziria a produção para apoiar o mercado, uma vez que há o surgimento de um excesso em meio ao boom de xisto nos EUA, que está sendo bombeado no ritmo mais rápido em mais de 30 anos.
O ministro do petróleo da Arábia Saudita, Ali al-Naimi, reiterou na quarta-feira que o reino não tem planos de conter a produção, o que foi acrescentado ao sentimento -se sentimento pessimista.
O Kuwait reduziu oficialmente os preços de venda do seu petróleo em janeiro, após movimentos semelhantes da Arábia Saudita e do Iraque, o que indicou que os exportadores da OPEP estão se preparando para uma batlha por uma parcela do mercado contra o óleo de xisto dos EUA.
O petróleo Brent negociado em Londres caiu quase 47% desde junho, quando subiu e ficou perto de US$ 116,00, ao passo que o petróleo WTI está em baixa de quase 46% em relação a uma recente alta de US$ 107,50 em junho.
Nesta semana, os investidores estarão aguardando o resultado da reunião de definição de política do Banco Central dos EUA, na quarta-feira, em busca de mais informações sobre quando o banco pode começar a elevar as taxas de juros.