Por José Roberto Gomes e Stefani Inouye
SÃO PAULO (Reuters) - O preço médio da gasolina nas refinarias da Petrobras (SA:PETR4) voltará a acumular queda no ano a partir de sábado, após a petroleira anunciar mais um corte no valor do combustível, para o menor patamar desde o começo de abril.
A companhia reduzirá a cotação do produto em 1,32 por cento, para 1,6734 real por litro. Trata-se do quinto recuo consecutivo e o décimo quarto desde meados de setembro, desconsiderando-se nesse período os dias em que o preço ficou estável.
Com o reajuste, o valor do combustível passa a apresentar queda de 1,18 por cento neste ano. Não é a primeira vez que isso ocorre em 2018, mas a inversão de agora se destaca por deixar para trás patamares recordes vistos há poucas semanas.
Em setembro, o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras chegou a tocar uma máxima de 2,2514 reais por litro em razão da escalada do dólar <BRL=> e da forte alta das referências do petróleo no mercado internacional (LCOc1) (CLc1), parâmetros estes utilizados pela empresa em sua política de reajustes diários.
Desde então, porém, cedeu 25,7 por cento, acompanhando justamente o enfraquecimento tanto da moeda norte-americana, dado o fim do estresse eleitoral no Brasil, quanto do óleo, uma vez que os receios quanto à oferta mundo afora arrefeceram.
As cotações do Brent operavam abaixo de 70 dólares por barril pela primeira vez desde abril nesta sexta-feira, enquanto o WTI caía abaixo de 60 dólares, mínima em cerca de oito meses.
A sistemática de reajustes diários da Petrobras está em vigor desde julho do ano passado e tem por objetivo ajudar a Petrobras a não perder participação de mercado, bem como a seguir a paridade externa, em busca de rentabilidade.
Em setembro, a empresa anunciou um mecanismo de hedge que permite deixar a cotação da gasolina nas refinarias inalterada por até 15 dias, o que justifica a menor volatilidade observada desde então.
O repasse ou não dessa queda de preço nas refinarias depende dos outros elos da cadeia, incluindo distribuidoras e revendedoras, bem como tributos incidentes sobre o produto e a mistura obrigatória de etanol anidro.
Em anúncios neste ano, a companhia frisou que a sua gasolina responde por cerca de um terço do valor final nas bombas.
(Por José Roberto Gomes e Stéfani Inouye)