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Geração distribuída de energia deve crescer 40% no Brasil em 2023, diz associação

Publicado 22.06.2023, 12:11
© Reuters. Vista aérea de parque solar
5/10/2021
REUTERS/Dane Rhys

SÃO PAULO (Reuters) - A geração distribuída de energia pode atingir até 26 gigawatts (GW) de capacidade instalada no Brasil em 2023, o que representaria um crescimento de 41,7% frente à potência registrada ao final do ano passado, segundo projeção divulgada nesta quinta-feira pela Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD).

No início de junho, a tecnologia alcançou 21,68 GW de potência, considerando usinas de todas as fontes, como solar e biomassa, o suficiente para atender o consumo de cerca de 20% da população brasileira.

Responsável por impulsionar a fonte solar no Brasil, a modalidade de geração distribuída engloba desde telhados solares em residências até pequenas usinas, de até 5 megawatts (MW), para abastecer o consumo de empresas.

O segmento passou a crescer de forma acelerada no país por uma série de fatores, como benefícios tarifários que acabam sendo subsidiados na conta de luz de outros consumidores.

Segundo a ABGD, a expansão da geração distribuída deve somar investimentos de mais de 38 bilhões de reais ao longo deste ano.

"Estes números só comprovam esta tendência de buscar fontes de energia eficientes e dos consumidores brasileiros se tornarem, ao mesmo tempo, produtores autossuficientes de energia renovável", afirma o presidente da associação, Guilherme Chrispim.

Embora grande parte dos sistemas de geração distribuídos estejam instalados em residências, empresas também podem fazer uso da tecnologia, com seu consumo atendido a partir de usinas dedicadas ou compartilhadas.

Com isso, a geração distribuída vem despontando como uma "concorrente" do mercado livre de energia, ambiente no qual grandes e médias empresas ligadas em alta tensão negociam a contratação de energia diretamente com fornecedores, garantindo economia de preços em relação aos praticados pelas distribuidoras no mercado cativo.

© Reuters. Vista aérea de parque solar
5/10/2021
REUTERS/Dane Rhys

Segundo estudo divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) nesta semana, a geração distribuída deve reduzir o potencial de novos consumidores em alta tensão que poderão migrar ao mercado livre a partir de 2024, quando as exigências técnicas para a adesão serão modificadas.

Das 165 mil unidades consumidoras que estariam aptas a migrar ao "ACL" em 2024, a CCEE calcula que 93 mil já se beneficiariam da micro e minigeração distribuída, reduzindo a viabilidade econômica da mudança. Sobrariam, portanto, 72 mil unidades com potencial para aderir ao segmento livre a partir de janeiro do ano que vem.

 

(Por Letícia Fucuchima)

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