Por Matt Spetalnick
PEQUIM (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira ver potencial para um acordo de livre comércio apoiado por Washington para a região da Ásia-Pacífico, após chegar a Pequim para uma viagem de oito dias pela Ásia.
Autoridades dos EUA haviam descartado um grande anúncio sobre a ambiciosa Parceria Trans-Pacífico (TPP, na sigla em inglês), que engloba 12 países, durante a visita de Obama a Pequim, onde foi participar do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês) e se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping.
Mas líderes empresariais que foram ao evento têm buscado sinais de progresso sobre a TPP, especialmente à medida que a China pressiona por um plano de trabalho de um outro acordo comercial chamado Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP, em inglês).
Obama disse que a TPP, que enfrenta um impasse principalmente por causa do desentendimento dos EUA e do Japão sobre como os japoneses abrirão suas portas para exportações agrícolas, tinha o potencial de ser uma "conquista histórica".
"Durante as últimas semanas, nossas equipes fizeram bom progresso para resolver diversas questões extraordinárias sobre um potencial acordo. Hoje é uma oportunidade para nós, no nível político, superarmos alguns dos empecilhos restantes", disse Obama em uma reunião de líderes da TPP na embaixada dos EUA.
"O que estamos vendo é um impulso acerca da Parceria Trans-Pacífico que pode trazer maior crescimento econômico, crescimento de empregos, estabelecer padrões mais altos para comércio e investimentos em toda a região da Ásia-Pacífico."
Há quem veja um estudo proposto sobre o plano da FTAAP, que será apresentado a líderes da Apec para aprovação nesta semana, como uma maneira de tirar a atenção da TPP, que exclui a China.
Líderes da TPP disseram em um comunicado divulgado após a reunião que permaneciam abertos à inclusão de "outros parceiros regionais que estejam preparados para adotar seus altos padrões".
Obama chega à China buscando mostrar um novo comprometimento de sua administração com a Ásia, visto como um esforço para contrabalancear a crescente influência regional da China. A TPP está no cerne econômica desse esforço.
Seu desafio será superar o ceticismo entre alguns aliados asiáticos sobre se os EUA podem se envolver totalmente com a região mesmo estando preocupado com crises globais que vão desde militantes islâmicos radicais na Síria e no Iraque, à difusão do Ebola e o conflito na Ucrânia.
A TPP estabeleceria um bloco de livre comércio que iria do Vietnã até o Chile e o Japão, abarcando cerca de 800 milhões de pessoas e quase 40 por cento da economia global.