Por Geoffrey Smith
Investing.com - Os preços do ouro estabilizaram na quinta-feira após o impacto de medidas combinadas de bancos centrais ao redor do mundo para apoiar mercados financeiros parecem ter ganhado tração, ao menos temporária.
O Federal Reserve abriu linhas de swap com outros nove bancos centrais, com o objetivo de facilitar uma disputa mundial por dinheiro, que fez com que o dólar disparasse rapidamente. Enquanto isso, outras medidas, incluindo uma nova linha do Fed para apoiar fundos do mercado financeiro, enfraqueceram levemente a pressão sobre investidores para levantar dinheiro vendendo ouro.
Às 15h35 (horário de Brasília), os futuros do ouro para entrega na Comex estavam em baixa de 0,43%, a US$ 1.471,30 por onça troy, enquanto o ouro spot caía 1,14%, a US$ 1.469,34.
Os futuros da prata saltavam 2,74%, para US$ 12,09 por onça, enquanto os futuros da platina caíam 1,34% para US$ 596,65.
Os futuros do cobre conseguiam se recuperar levemente em 1,67% para US$ 2,18 por libra.
Enquanto os fluxos de portfólio continuam vacilando, alguns analistas estão argumentando que o cenário fundamental de curto prazo para o ouro enfraqueceu, tanto que os bancos centrais - especialmente nos mercados emergentes - estão sendo pressionados a vender reservas para apoiar suas moedas.
O banco central da Rússia, um dos maiores compradores de ouro físico dos últimos anos, disse na quinta-feira que iria comprar rublos desde que o preço do petróleo bruto dos Urais permanecesse abaixo de US$ 25 por barril (atualmente é de cerca de US$ 21).
“Estima-se que apenas declínio das compras do banco central russo de 160 toneladas no ano passado para zero por causa dos preços mais baixos do petróleo diminua o preço de equilíbrio em US$ 40 por onça.
Os analistas do Goldman revisaram para baixo suas previsões para o ouro nos horizontes de três e seis meses em US$ 100 cada, para US$ 1.600 e US$ 1.650, mas mantiveram sua meta para 12 meses, de US$ 1.800, inalterada. Parcialmente, isso se deve ao fato de as massivas flexibilizações de bancos centrais terem aumentado a probabilidade de que tanto os retornos nominais quanto os reais dos títulos do governo se mantivessem em baixa por mais tempo. Apenas nas últimas 24 horas, o Banco Central Europeu, o Banco da Inglaterra e o Banco da Austrália anunciaram grandes programas de flexibilização quantitativa, enquanto o Banco Nacional Suíço assinalou que irá vender mais francos no mercado aberto para evitar que a moeda se valorize ainda mais.
No entanto, a mesma fraqueza nas moedas que não são dólar também estimulou um aumento na demanda dos investidores de varejo por ouro, de acordo com o Conselho Mundial do Ouro. Os ingressos em ETFs de ouro na semana até terça-feira subiram para mais de US$ 617 milhões na Ásia, tornando os fluxos positivos no acumulado do ano, segundo dados do Conselho.
Os dados ilustram como as ETFs estão substituindo compras tradicionais do produto físico como os meios tradicionais de ganhar exposição para uma reserva tradicional de valor.