SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha leves variações frente ao real nesta quarta-feira, com investidores adotando cautela antes da decisão desta tarde do Federal Reserve, que pode trazer mais pistas sobre quando o banco central norte-americano pretende voltar a elevar os juros.
Às 10:44, o dólar avançava 0,16 por cento, a 3,2755 reais na venda, após cair 0,72 por cento na sessão anterior. O dólar futuro recuava cerca de 0,08 por cento nesta manhã.
"O evento do dia será o Fed. Até lá, o mercado vai ficar de lado, mais cauteloso", resumiu o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Operadores não esperam que o Fed anuncie às 15:00 (horário de Brasília) elevação dos juros, mas vêm crescendo as expectativas de que o aumento venha em algum momento neste ano diante de sinais de força na economia dos Estados Unidos e da calmaria recente nos mercados globais.
Segundo cálculos do sistema FedWatch do CME Group, os juros futuros norte-americanos indicavam chances quase nulas de aperto agora, com probabilidade majoritária e crescente de que isso ocorra em dezembro.
"Uma elevação de juros era praticamente descartada até o final deste ano, mas já é algo que começa a ser considerado", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em relatório.
Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no Brasil.
Nesta sessão, porém, dados muito mais fracos que o esperado sobre as encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos reviveram preocupações com a influência da fraqueza do setor industrial sobre o crescimento econômico como um todo.
Notícias de que o Japão vai anunciar novo pacote de estímulos na próxima semana contribuíam para alimentar o bom humor. Mas o impacto sobre o câmbio era limitado já que não se sabe ainda se o banco central do país também agirá para sustentar a economia em sua reunião na sexta-feira.
Nesse contexto, o dólar apresentava leve alta em relação às principais moedas da América Latina, como os pesos chileno e mexicano.
No cenário local, operadores continuavam à procura de novas pistas sobre o futuro da política fiscal, em meio ao noticiário político relativamente esvaziado devido ao recesso parlamentar branco.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu novamente 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares, repetindo a operação que realizou em todos os pregões neste mês, com exceção de um.
(Por Bruno Federowski)