SÃO PAULO – A equipe de análise econômica do Itaú Unibanco (SA:ITUB4) revisou suas projeções para a taxa de câmbio para este e para o próximo ano, vislumbrando um cenário externo mais benigno e um ambiente doméstico com perspectivas maiores de ajustes na economia.
A projeção para o dólar para o fim de 2016 caiu de R$ 4,00 para R$ 3,75 e para 2017 de R$ 4,25 para R$ 3,95.
A expectativa ainda está mais conservadora do que a média de mercado. A mediana das expectativas do último Relatório Focus, do Banco Central, mostra dólar a R$ 3,72 ao fim deste ano e de 3,91% ao fim do ano que vem.
O relatório do Itaú (SA:ITSA4) é assinado pelo economista-chefe do banco, Ilan Goldfajn, cotado para assumir o comando do Banco Central em um eventual governo de Michel Temer (PMDB).
O economista observa que o cenário internacional segue favorecendo diversas moedas no mundo e que o dólar teve mais um mês de queda em abril.
“O provável adiamento da elevação de juros nos Estados Unidos e os preços de commodities mais altos impulsionaram as moedas de países emergentes, entre elas o real”, afirma.
As chances de um novo esforço de ajustes e reformas no Brasil também aumentaram ao longo do último mês, comenta Goldfajn. “As perspectivas mais favoráveis levaram à queda do risco Brasil e à entrada maior de capitais, apreciando o real”, afirma.
Vislumbrando ajustes fiscais à frente, o banco elevou a projeção de resultado primário para 2017 de déficit de 2,1% do PIB para recuo de 1,0%. A projeção para 2016 foi mantida em déficit de 1,7% do PIB.