Por David Ljunggren
OTTAWA (Reuters) - O Canadá não tem muita esperança de que Washington vá retirar rapidamente tarifas de importação de aço e alumínio e está resistindo à pressão dos Estados Unidos para concordar com cotas, afirmaram duas fontes com conhecimento do assunto.
O governo do presidente Donald Trump impôs as tarifas contra Canadá e México em junho, citando razões de segurança nacional. Embora ambos os países tenham concordado em reformar o tratado do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) na semana passada, as sobretaxas seguem em vigor.
O governo canadense, agindo sob uma promessa feita em março, anunciou nesta quinta-feira que vai impor cotas e tarifas sobre importações de sete tipos de aço de muitos países para reduzir o risco de sofrer um aumento de importações.
O Canadá vai impor tarifa de 25 por cento a partir de 25 de outubro "nos casos em que os níveis de importações de parceiros comerciais excedam volumes históricos", disse o governo.
O governo do premiê canadense Justin Trudeau está pessimista sobre as chances das tarifas dos EUA serem removidas em breve, afirmaram as fontes. Em março, os EUA assinaram um acordo com países que incluíram Coreia do Sul e Brasil para isenção das tarifas sob condição de reduzirem as exportações em 30 por cento em relação à média dos últimos três anos.
Durante as negociações para o novo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês), autoridades norte-americanas afirmaram ao Canadá que queriam um arranjo semelhante para aço e alumínio, disse uma fonte, sem dar detalhes.
O Canadá rejeitou a exigência e deixou claro que qualquer limite sobre vendas de metais deveria ser mais alto que as exportações atuais para dar espaço para crescimento dos embarques.
Duas outras fontes com conhecimento direto das discussões sobre as cotas de metais entre Washington e Ottawa afirmaram que o limite de exportações que os EUA querem sobre alumínio fará o investimento na indústria despencar.
"Era tão inaceitável que as negociações acabaram antes mesmo de começarem", disse uma das fontes. A segunda fonte afirmou que "a posição do governo é de discutir o assunto na justiça do que aceitar uma cota dura".
O gabinete de Relações Exteriores do Canadá, encarregado pelas relações com os EUA, não respondeu a pedido de comentário.
(Por David Ljunggren)