BOGOTÁ (Reuters) - O governo da Colômbia suspendeu as negociações de paz com o grupo rebelde de esquerda Exército de Libertação Nacional (ELN), informou sua delegação de paz na quarta-feira, após um ataque que matou dois soldados e feriu mais de duas dezenas.
A decisão é mais um golpe devastador na política de paz total do presidente Gustavo Petro, que buscava retirar o ELN da participação nas seis décadas de conflito armado interno do país andino.
"Hoje o processo de paz está suspenso. Sua viabilidade está seriamente diminuída e sua continuação só pode prosseguir com uma demonstração inequívoca de paz por parte do ELN", disse a delegação de paz do governo em um post no X.
O governo reiniciou as negociações com o ELN no final de 2022 e realizou seis rodadas de negociações com o grupo rebelde no México, Cuba e Venezuela.
O ataque que causou a suspensão das negociações ocorreu na terça-feira em uma área rural da província colombiana de Arauca, que faz fronteira com a Venezuela.
As negociações estavam em crise há meses, depois que o governo decidiu iniciar negociações separadas com uma unidade no sudoeste do país que havia se separado do restante do ELN.
As negociações foram interrompidas e, posteriormente, o ELN retomou os sequestros, um elemento de seu arsenal do qual havia desistido durante as negociações.
Desde o fim do cessar-fogo, o ELN intensificou as ofensivas contra os militares e a polícia e também retomou os bombardeios na rede de oleodutos da Colômbia, contaminando o meio ambiente com os subsequentes vazamentos de óleo.
Os militares colombianos também reiniciaram as operações contra os rebeldes.
A decisão de suspender as negociações de paz implica a reemissão de mandados de prisão para os principais comandantes do ELN, que atualmente estão na Venezuela e em Cuba, segundo o governo.
Não houve comentário imediato do ELN.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta)