BRASÍLIA (Reuters) - O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) determinou nesta quarta-feira a criação de um grupo de trabalho para analisar os impactos da estiagem no Nordeste na operação de usinas termelétricas, que usam a água tanto no processo de geração como no resfriamento de equipamentos.
A análise partiu de um pedido apresentado pelo governo do Ceará, que está preocupado com o nível do reservatório de Castanhão, segundo uma fonte que acompanhou a reunião e preferiu ficar no anonimato. Entre as usinas que usam a água desse reservatório estão as de Pecém I e II.
A nota do CMSE informa que, num caso extremo de desligamento das duas térmicas, que juntas têm capacidade de 1,080 mil megawatts (MW), a substituição da energia delas geraria um custo adicional de até 750 milhões de reais ao sistema até o fim do ano.
Segundo a fonte que acompanhou a reunião, a análise do grupo de trabalho não vai analisar apenas a possibilidade de restringir a geração, mas também se é possível encontrar alternativas para a captação de água. E, se for necessário reduzir a geração, uma outra análise seria definir quem se responsabilizaria pelo prejuízo ao sistema.
O grupo de trabalho tem até a próxima reunião do CMSE, no início de setembro, para entregar seu relatório.
O CMSE manteve em zero o risco de déficit de energia no Sudeste/Centro-Oeste e no Nordeste no país neste ano.
Segundo o comitê, entraram em operação em julho 1,635 mil MW em capacidade nova de geração no país. No ano, já foram agregados ao sistema 5,427 mil MW novos.
(Por Leonardo Goy)