Rio de Janeiro, 28 mai (EFE).- O Brasil, maior produtor e exportador mundial de carne bovina, espera normalizar as vendas do produto após a decisão desta terça-feira da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) de manter o status do país em "risco insignificante" para o mal de vaca louca.
"O governo brasileiro espera que, após todos os esforços envidados para esclarecer a situação, culminando nos pronunciamentos da Comissão Científica e, agora, da Assembleia Mundial da OIE, seja normalizado plenamente o comércio de carne bovina com os parceiros comerciais que impuseram restrições ao produto brasileiro", segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
A nota faz referência aos 17 países que suspenderam em dezembro do ano passado suas importações de carne bovina do Brasil, entre os quais estão Japão, China, África do Sul, Arábia Saudita e Egito, após ser registrado no país um caso atípico do "mal da vaca louca".
A chancelaria destacou hoje a decisão anunciada em Paris pela Assembleia Mundial da OIE de manter ao Brasil na lista de países com "risco insignificante", o nível mais baixo para a chamada Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), apesar do caso registrado.
Segundo o comunicado, a decisão da assembleia confirma um parecer de uma comissão técnica da OIE de fevereiro, segundo o qual o caso ocorrido no país "não redundou em risco à saúde pública e animal do país e de seus parceiros comerciais".
Alguns importadores anunciaram em dezembro um veto à carne brasileira depois que foi confirmado um caso da doença no Paraná.
O caso, classificado pelo governo como "não clássico", foi confirmado por testes de laboratório realizados em uma vaca que morreu no Paraná em 2010, e que demonstraram que a vaca possuía o agente que desencadeia a EEB embora o animal não tenha manifestado a doença nem morreu por sua causa.
Para reverter o veto, o governo iniciou uma intensa campanha diplomática para oferecer informações sobre a segurança do sistema sanitário brasileiro e sobre a condição atípica do caso registrado.
"Foram realizadas gestões por meio da rede de 139 embaixadas do Brasil no exterior, de debates em organismos internacionais como a OMC e a própria OIE e do envio de missões a países diversos, nos quais foram entregues e discutidos relatórios técnicos sobre o caso", disse o comunicado.
Estas ações, acrescentou a nota, permitiram minimizar o impacto comercial provocado pelo caso e reduzir a apenas 17 o número de países que mantiveram as restrições contra o produto brasileiro. EFE